Economia

Governo e base divergem sobre prazos para aprovar reforma da Previdência

Para Planalto, proposta precisa ir a Plenário da Câmara em abril com o mínimo de alterações, mas a previsão de líderes é que isso ocorra em maio, e, com certeza, haverá mudanças

Rodolfo Costa , Rosana Hessel
postado em 21/02/2017 15:28
Para Planalto, proposta precisa ir a Plenário da Câmara em abril com o mínimo de alterações, mas a previsão de líderes é que isso ocorra em maio, e, com certeza, haverá mudanças
Apesar de o presidente Michel Temer chamar para si a responsabilidade de negociar com o parlamento para aprovar a reforma da Previdência o quanto antes, governo e base aliada divergem sobre o prazo para que a proposta seja votada em Plenário na Câmara dos Deputados. O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, informou nesta terça-feira (21/2) que a proposta será apreciada ;em abril;, mas líderes de partidos do governo que estiveram reunidos nesta terça-feira (21) com o presidente Michel Temer para debaterem sobre o tema apostam em maio.
Eles não acreditam que esse prazo será cumprido porque o tema é muito complexo e ainda é preciso alinhar o discurso dos representantes na Comissão Especial da Reforma da Previdência da Casa. ;Em abril será preciso votar na Comissão Especial. Aposto que, em maio, a gente traz a matéria para o Plenário e já escoimada junto com o que deputados da base ainda reclamam;, afirmou o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino, que participou do encontro de Temer com os líderes, representantes da base governista na Comissão da Previdência. Ele lembrou que o relator da proposta, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), já sinalizou que não deverá concluir o texto até o fim de março.
Avelino contou que, durante o encontro, o presidente não destacou nenhum ponto na reforma que fosse inegociável. ;Precisamos da reforma. Ela precisa acontecer. Isso é inegociável;, afirmou ele, destacando a importância da mudança para a retomada do equilíbrio das contas públicas. De acordo com o democrata, um ponto bastante crítico é a transição para o novo regime, até menos que a questão do aumento da idade mínima de 60 anos para 65 anos. ;A transição é um problema, mas temos outros com algumas carreiras, como policiais. Mas estamos estudando com cuidado para seguirmos um padrão internacional. Não queremos inventar a roda;, afirmou.
O líder do DEM disse que, ainda nesta terça-feira (21), terá uma reunião com os quatro deputados do partido na comissão para dirimir as divergências de opiniões. Ele destacou que isso deverá ser feito com as demais legendas da base aliada. ;É necessário que criemos um alinhamento dentro da Câmara e do Senado Federal, posteriormente, para darmos conta dessa tarefa que não é uma tarefa simples;, comentou.
[SAIBAMAIS]Após o encontro com os parlamentares no Palácio do Planalto, o secretário de Previdência Social da Fazenda, Marcelo Caetano, disse que o governo defendeu que a proposta envidada pelo Executivo se mantenha ;a mais fiel possível; para que a continuidade do pagamento das aposentadorias ocorra. ;O principal intuito da reforma é poder garantir os benefícios previdenciários;, destacou.
Para o democrata, no entanto, a alteração será inevitável, mas ele garantiu que ela será feita ;pelos parlamentares que compõem a do governo;. Ele, inclusive, adiantou que estuda apresentar uma proposta de emenda para um misto de capitalização e contribuição previdenciária para os trabalhadores. ;Estamos trabalhando nessa linha e devo apresentar uma proposta como essa;, disse.
O ministro Imbassahy contou que, durante o encontro de Temer com os deputados, foram pontuadas diversas questões sobre a reforma da Previdência para evitar ruídos e desinformação sobre o tema. ;Estamos percebendo que há informações que estão circulando que não correspondem à realidade. O governo vai ampliar mais ainda a intensidade na comunicação em relação à reforma, esclarecendo sua necessidade;, afirmou. Ele lembrou que Temer ressaltou aos parlamentares sobre as reformas importantes que já foram aprovadas pelo Congresso Nacional, como a PEC do Teto, mas que não sobrevivem sem a reforma da Previdência. ;A reforma da Previdência é essencial. Sem ela, perde sentido de tudo aquilo que está sendo realizado ao longo do período;, afirmou.

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