Economia

Prévia da inflação sobe 0,54% em fevereiro; resultado é o menor em 5 anos

O resultado foi o menor para o mês desde 2012. Com o desempenho, a carestia acumula em 12 meses uma alta de 5,02%

Rodolfo Costa
postado em 22/02/2017 10:57
O processo de desaceleração da inflação se mantém em fevereiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) -- considerado a prévia do custo de vida oficial -- subiu 0,54%, segundo divulgou nesta quarta-feira (22) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi o menor para o mês desde 2012. Com o desempenho, a carestia acumula em 12 meses uma alta de 5,02%.
A perda de força da inflação reforça a avaliação do mercado financeiro de que a inflação fechará o ano abaixo do centro da meta, de 4,5%. O resultado ficou dentro das expectativas de analistas, que esperavam um resultado entre 0,28% e 0,58%, com mediana de 0,49%.
A maior surpresa do resultado de fevereiro veio de um grupo que tanto pressionou a carestia nos últimos meses: o de alimentação e bebidas. Em fevereiro, os gastos médios com bebidas e alimentos caiu 0,07%. Foi o resultado mais baixo para o mês desde 2006. Naquele período, os preços recuaram em 0,40%.
Outra categoria de despesas que os diretores do BC vão olhar é para a educação e despesas pessoais. Os gastos médios com o primeiro grupo subiram 5,17%. Apesar da alta variação, ela é a menor para o mês desde 2010. Como fevereiro é marcado pela volta às aulas, desembolsos com materiais escolares e cursos regulares acabam pressionando esses custos.
Já o grupo de despesas pessoais subiu 0,37%. É a menor alta para o mês desde 2009. Como nesse grupo e o de educação concentram muitos serviços, os baixos resultados em relação ao mesmo período em anos anteriores mostra que a inflação de serviços, que foi uma das que mais pressionou o custo de vida em 2016, também está perdendo força.
Para analistas, o próprio resultado do IPCA-15, assim como a deflação do grupo de alimentação e bebidas e os resultados positivos nas categorias de gastos de educação e despesas pessoais, poderão influenciar a decisão da diretoria colegiada do Banco Central (BC), que decide hoje a redução da taxa básica de juros (Selic).

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