Economia

Banco Central debate inclusão financeira na América Latina

Autoridade monetária realiza seminário para primeiro encontro de grupo de especialistas da região e destaca que o caminho será longo, pois há 250 milhões de pessoas desbancarizadas

Rosana Hessel
postado em 06/06/2017 10:19
A inclusão financeira entra na agenda de países da América Latina e especialistas reconhecem que a região ainda tem um caminho longo pela frente nesse sentido. ;Apesar de alguns avanços recentes, ainda temos em nossa região algo em torno de 250 milhões de pessoas não-bancarizadas;, afirmou o diretor de Relacionamentos Institucionais e Cidadania do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, durante o primeiro encontro do grupo de especialistas em Políticas de Inclusão Financeira da Financial Inclusive Initiative for America Latina and Caribean (Filac), que busca criar uma agenda de trabalho comum.
O diretor a autoridade monetária lembrou que a falta de acesso às instituições financeiras contribui para o baixo nível de investimento, uma vez que poucas pessoas conseguem poupar. ;Em média, a posse de conta bancária gira em torno de 45% e o nível médio de poupança formal é ainda mais baixo, de apenas 17% na nossa região;, afirmou. Ferreira lembrou que isso esses dados refletem o elevado grau de desigualdade nos países da região, o que de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), ;entre os 15 países mais desiguais do mundo, 10 pertencem a América Latina;.
;A Filac tem potencial de ser uma instância indutora de crescimento econômico na região, incentivando o acesso a serviços financeiros, facilitando a poupança formal e o uso do crédito;, completou.
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, também participou da abertura e, em seu discurso, destacou que há muito a ser feito para avanços na região nesse sentido. ;Questão importante a realçar é que a inclusão financeira não se resume somente a propiciar acesso a serviços financeiros. Embora esse já seja um grande desafio, é preciso também que esses serviços sejam adequados às necessidades da população incluída e que seu uso seja feito de forma consciente e responsável;, disse o presidente do BC.

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