Economia

Gasolina a R$ 3,89 atrai motoristas a Taguatinga e Águas Claras

Postos ganham clientes ao vender o combustível a preços mais baixos que em outras regiões do DF

Anna Russi*, Simone Kafruni
postado em 09/01/2018 06:00
Waldir Batista Pereira vai do Gama até Águas Claras só para abastecer

Depois de vários aumentos, que levaram o preço da gasolina a encostar nos R$ 4,50 no ano passado, o combustível acumula queda de 5,2% em 2018. Na semana passada, a Petrobras promoveu quatro reduções seguidas no valor do litro do combustível nas refinarias e, ontem, anunciou novo recuo, de 1,6%, a vigorar a partir de hoje. O preço do diesel registra redução acumulada de 1,99% desde o início do ano, com duas altas e três quedas. Os reajustes consecutivos são resultado da nova política de revisão de preços de acordo com a paridade com o mercado internacional.

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Apesar de a metodologia ser utilizada na maioria dos países, no Brasil, a fórmula funciona com muita eficiência na hora de elevar preços, mas o movimento de queda não ocorre na mesma velocidade. De acordo com a petroleira, o preço que o consumidor paga na bomba é composto pela parte da estatal de 29%; 17% de PIS/Cofins e Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide); 29% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); e 13% da adição de etanol à gasolina. Com isso, a margem para distribuição e revenda é de 12%.

Para os consumidores, o que conta é o preço final, por isso, longas filas se formam a qualquer sinal de promoção. Alguns postos de Águas Claras e Taguatinga oferecem gasolina a R$ 3,89, bem mais baixo que o valor pelo qual o combustível é vendido no plano piloto, que chega a R$ 4,30.

O militar Waldir Batista Pereira, 54 anos, vai do Gama até Águas Claras só para abastecer o carro por um custo menor. ;Para enfrentar fila, só compensa se for para encher o tanque. Então, costumo esperar para abastecer quando estou andando na reserva ou com o tanque baixo e estou próximo dessa região;, explicou.

Filas


Anderson Félix, 37, que trabalha como polidor de veículos no SIA, contou que sempre abastece nos postos da marginal da EPTG ou no centro de Taguatinga, já que, nas últimas semanas, tem sido ali que encontra o melhor preço. Apesar de enfrentar muita fila nos postos com valor abaixo de R$ 4, ele afirmou que a economia pode compensar. ;Eu prefiro procurar pelo mais barato, já que, de uns tempos para cá, o preço da gasolina ficou absurdo. Então, sempre que passo por aqui, aproveito;, disse.

A consultora ótica Francisca Borges, 41, procura abastecer em horários que não sejam tão concorridos para aproveitar as promoções sem enfrentar fila. Ela segue a rotina de sair de Samambaia para o Plano Piloto e contou que, nesses dois locais, não encontra postos com gasolina abaixo dos R$ 4. ;Como é no meu caminho, acostumei a abastecer na EPTG para aproveitar os preços mais em conta. Dependendo do horário, pego fila, mas tento vir quando os postos estão mais vazios;, esclareceu.

Na opinião do administrador Alex Ribeiro, 20, não está fácil achar gasolina por menos de R$ 4. Ele disse que costuma avaliar o custo-benefício de ficar muito tempo esperando nas filas para pagar menos. ;Dependendo de quanto tempo for gasto e do tamanho da fila, não acho que a economia compense;, opinou.

* Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo.

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