Economia

Brasil capta US$ 1,5 bi no exterior, apesar do rebaixamento

Depois de altas e recordes sucessivos da bolsa, que abriu o ano com o pé direito, os investidores resolveram realizar lucros

Azelma Rodrigues - Especial para o Correio
postado em 18/01/2018 20:43
O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela S semana passada não foi impedimento para que o Tesouro Nacional captasse, hoje, US$ 1,5 bilhão no mercado internacional, com a reabertura de um título a vencer em 2047. O papel foi emitido a juros de 5,6% anuais e os dólares entram nas reservas na próxima terça-feira, dia 23. A taxa de juros serve de referência para futuras captações de empresas brasileiras.

Para a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, o cenário externo benigno, ;com apetite dos investidores por países emergentes;, contribuíram para que o mercado ignorasse a movimento negativo da agência de risco.

O retorno das emissões externas do Tesouro, desde outubro de 2017, não teve muito impacto no mercado de ações, com o índice Bovespa recuando 0,28% e fechando abaixo do recorde dessa quarta (17/1), quando atingiu 81 mil pontos.

Mas os motivos dos movimentos da B3 foram outros. Depois de altas e recordes sucessivos da bolsa, que abriu o ano com o pé direito, os investidores resolveram realizar lucros.

;Chega uma hora que o mercado resolve botar no bolso;, diz o analista e operador financeiro Rafael Figueiredo, da Clear Corretora. ;O mercado já entendeu todas as notícias positivas internas e externas, e acaba realizando lucro por uma questão de proteger parte o que ganhou;, resume.

O consultor financeiro Demetrius Lucindo, de Brasília, também diz ser natural que os investidores busquem realizar lucros, depois que o Ibovespa ;subiu muito;. Para ele, a proximidade do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira que vem (24/1) também gera movimento de resgate de operações, apesar do mercado já ter ;precificado; que o petista não será absolvido.

;Claro que todo mundo ainda está com um pé atrás, porque no Brasil tudo pode acontecer;, comenta Lucindo. ;Acho que o mercado não deve ter nenhuma grande euforia, mas há sempre o temor de a Justiça ser injusta;, comentou ele.

Apesar do mercado de juros futuros ter fechado em alta e alguns operadores terem visto algum ;efeito Lula; no comportamento, Figueiredo não acredita que, ;condenado ou não;, o efeito Lula ;não deve interferir em nada no mercado;, nos próximos dias.

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