Economia

FMI está mais pessimista em relação ao crescimento do Brasil do que S

Fundo prevê alta de 1,9% do PIB neste ano, abaixo dos 2,2% previstos pela agência que rebaixou recentemente o país de BB para BB-. País continuará crescendo abaixo da média global

Rosana Hessel
postado em 22/01/2018 12:16
O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou as projeções de crescimento da economia global e do Brasil, de 2018 e de 2019, mas as taxas são mais pessimistas que as do governo brasileiro e até mesmo que a da Standard & Poor;s, que rebaixou o país no último dia 11. As novas estimativas foram apresentadas nesta segunda-feira (22/1), em Davos, na Suíça, na véspera da abertura do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), e mostram que o país continua crescendo menos que o mundo.

As previsões do Fundo para expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 passaram de 1,5%, da última edição do Panorama Econômico Global, divulgado em outubro de 2017, para 1,9%, neste mês. Esse percentual atualizado do FMI é bem menor do que a alta de 2,2% prevista para este ano pela S, que reduziu recentemente a nota de risco dos títulos do governo brasileiro de longo prazo de BB para BB-, três degraus abaixo do selo de bom pagador devido à maior preocupação com o desequilíbrio nas contas públicas. Já o governo prevê expansão de 3% neste ano se a reforma da Previdência for aprovada.

O ritmo de crescimento previsto para o Brasil pelo FMI é mais lento do que o para o México, de 2,3%, percentual acima dos 1,9%, estimados em outubro. O PIB brasileiro ficou com a taxa intermediária entre os países do Brics, acima da Rússia e da África do Sul, que terá expansão neste ano, de 1,7% e de 0,9%, respectivamente. Índia avançará 7,4% e China, 6,6%, pelas estimativas do Fundo.

O FMI também elevou a expectativa de expansão do PIB brasileiro para 2019, de 2% para 2,1%. Essa taxa ficou abaixo da previsão de 2,4% da S e também é menor que as médias global, de 3,9%, e dos países latino-americanos, de 2,6%.

As projeções de crescimento global do FMI para este ano e o próximo passaram de 3,7%, em outubro, para 3,9%, em janeiro, mas o organismo multilateral demonstrou dúvidas se a produção continuará crescendo no longo prazo e se a política não poderá atrapalhar essa retomada pós-crise financeira global. ;Esta é uma boa notícia. Mas os líderes políticos e os tomadores de decisão devem ter consciência de que o atual impulso econômico reflete uma confluência de fatores que provavelmente não durará muito;, afirmou em seu discurso de abertura, o conselheiro econômico do Fundo, Maurice Obstfeld. Segundo ele, as principais fontes de aceleração do PIB global até agora foram na Europa e na Ásia, com melhor desempenho também nos Estados Unidos e no Canadá. Ele também destacou a recuperação de Rússia e do Brasil após a recessão nesses países.

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