Economia

Copa e novas tecnologias prometem aumentar venda de TVs no Brasil em 2018

Parte do estoque para a Copa do Mundo de 2018 foi produzida em 2017, mas uma leva adicional precisa sair das fábricas nos próximos três meses

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 23/01/2018 06:00
Ilustração de televisão

São Paulo ;
Em ano de Copa do Mundo, é sempre assim: como o brasileiro é apaixonado por futebol, as vendas de TVs disparam. Em 2018, não será diferente. O Polo Industrial de Manaus, que concentra toda a produção brasileira de televisores, vai contratar até o fim de janeiro pelo menos mil funcionários temporários para atender ao aumento da demanda, que já começou a ser sentido no ano passado. Segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, boa parte do estoque para a Copa foi produzida em 2017, mas uma leva adicional precisa sair das fábricas nos próximos três meses. Caso contrário, as lojas não terão tempo para colocar os aparelhos nas prateleiras.

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Os indicadores são positivos, mas o mercado está longe de repetir o desempenho de 2014, quando 15 milhões de TVS ganharam o mercado ; e poderia ter sido mais, se as projeções iniciais não tivessem sido modestas, o que afetou o ritmo de produção. O cenário para 2018 é diferente, diz Lourival Kiçula, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). Segundo ele, outro fator impulsionou os negócios em 2014: a substituição de aparelhos analógicos por digitais. Agora, as vendas serão crescentes, mas dentro de uma nova realidade.

O ano de 2017 representou o fim de um período de dificuldades para o setor. De janeiro a setembro, as vendas de televisores cresceram 31%, empurradas, principalmente, pela queda dos juros e pelo aumento do crédito à pessoa física, além de uma base comparativa bastante baixa. Em 2018, esperar-se um novo incremento de vendas, mas que não será suficiente para retomar os indicadores de 2014.

O Brasil é um mercado com enorme potencial. Pesquisas mostram que existem mais de 40 milhões de TVs de tubo instaladas nos lares brasileiros, o que corresponde a cerca de 40% do total de aparelhos. Para efeito de comparação, na Argentina, o índice está em torno de 25%. Nos Estados Unidos, é inferior a 10%.

A próxima frente para impulsionar as vendas são as Smart TVs e os aparelhos com tecnologia 4K (ou Ultra HD), que prometem imagens com resolução quatro vezes superior ao atual Full HD. As Smart TVs já correspondem a 70% dos negócios, e estima-se que o percentual possa chegar a 80% até o fim do ano.

Os equipamentos 4K, que atualmente correspondem a 12% das vendas totais de televisores, ainda são vasto campo a ser explorado. O motivo principal para a dificuldade de emplacar é o preço. Segundo levantamento da consultoria GfK, o valor médio de uma TV 4K no Brasil é de R$ 3,4 mil, bem acima dos R$ 2 mil cobrados por um televisor do mesmo tamanho, mas com tecnologia Full HD. Com o tempo, porém, os preços costumam despencar.

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