Economia

Oposição prepara "enterro simbólico" da reforma da Previdência

Para aprovar a reforma, o governo precisa de pelo menos 308 deputados a favor

Alessandra Azevedo
postado em 05/02/2018 17:08
Com o apoio estagnado, Rodrigo Maia não está mais tão confiante que será possível votá a reforma da previdência no dia 19 de fevereiro.
Certos de que o governo não conseguirá o apoio necessário para colocar a reforma da Previdência em votação, os deputados da oposição planejam um ;enterro simbólico; da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n; 287, que muda as regras de aposentadoria e pensão. Os líderes oposicionistas, juntamente com as centrais sindicais, escolheram o dia 19 de fevereiro para o ato, data em que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que pautaria a matéria. Agora, com o apoio estagnado, Maia não está mais tão confiante que será possível votá-la.

[SAIBAMAIS]Na avaliação do líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), o apoio à reforma piorou do ano passado para cá. ;Houve uma força-tarefa (por parte do governo), mas fez foi piorar;, disse o deputado. ;Nós temos trabalhado com as lideranças, com as dissidências dentro do governo, com lideranças da base do governo, que relatam como anda o termômetro nas suas bancadas. Eu posso assegurar que o governo não tem sequer 250 votos;, afirmou.

Para aprovar a reforma, o governo precisa de pelo menos 308 deputados a favor. A duas semanas do prazo, pelas contagens oficiais, o apoio não passa de 270. Se ;forçar o voto;, fica em 230 favoráveis, estima Guimarães. Enquanto não tirar Previdência da pauta, segundo ele, a ordem é de "obstrução ampla e irrestrita".

A contagem do petista é mais próxima da estimativa do deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que, apesar de ser vice-líder do governo na Câmara, sugeriu ao presidente Michel Temer adiar a votação, sob o argumento de que ;se pautar, não passa;, mesmo que o texto seja novamente alterado para incluir regras mais flexíveis para os servidores públicos.


Movimentos sindicais

A oposição e os movimentos sociais farão nesta terça-feira (6/2), na Câmara, um ato contra a reforma da Previdência e em defesa da democracia. Durante o evento, eles pretendem lançar a "Carta de Brasília", documento contrário à reforma e a favor de o direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser candidato nas eleições de outubro.

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