Economia

Ipea: previdência dos servidores teve deficit de R$ 180 bilhões em 2017

Entre os motivos para o aumento, os pesquisadores do instituto citam o rápido crescimento do número de servidores aposentados e os significativos aumentos de salários concedidos entre 2004 e 2014

Alessandra Azevedo
postado em 15/02/2018 22:15
Fachada de agência do INSS
O rombo previdenciário dos servidores públicos da União, dos estados e dos municípios será de R$ 180 bilhões em 2017, estima o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em estudo divulgado nesta quinta-feira (15/2). Em 2016, o deficit foi de R$ 170,79 bilhões, maior que os R$ 149,7 bilhões do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), dos trabalhadores da iniciativa privada, naquele ano.

Entre os motivos para o aumento, os pesquisadores do instituto citam o rápido crescimento do número de servidores aposentados e os significativos aumentos de salários concedidos entre 2004 e 2014 em quase todo o Brasil. "Cada vez mais os recursos à disposição da União e dos governos estaduais se direcionam para previdência e pessoal, com impactos indiretos negativos sobre as demais áreas", considera a nota, assinada pelo presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, e pelos pesquisadores Claudio Hamilton Matos dos Santos, coordenador de Políticas Macroeconômicas, e Rogério Nagamine Costanzi, coordenador de Seguridade Social do instituto.

Os pesquisadores acreditam que a concessão de novas aposentadorias de servidores públicos deve aumentar nos próximos anos. "O peso dos servidores acima de 50 anos nas administrações públicas estaduais e na União é, em geral, bastante elevado atualmente, variando de cerca de um terço até, em casos mais extremos, próximo da metade do quadro atual de servidores ativos", explicam.

Em 2017, enquanto o rombo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), responsável pelo regime dos trabalhadores da iniciativa privada, foi de R$ 182,45 bilhões, os servidores da União responderam por deficit de R$ 86,35 bilhões, segundo dados do Ministério da Fazenda. O restante dos R$ 180 bilhões projetados pelo Ipea, portanto, viria dos estados e dos municípios, cujos valores de 2017 ainda não foram consolidados.

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