Aniversario de Ceilandia

Ceilândia tem uma das cenas de rap mais importantes do Distrito Federal

Cidade conta com representantes novos e da velha guarda do rap local

Margareth Lourenço - Especial para o Correio
postado em 27/03/2017 06:00

Japão, do Viela 17: valorização da identidade local por meio do rap


À frente do Viela 17, um dos grupos de rapper mais conhecidos além das fronteiras do Distrito Federal, está Japão, 46 anos. O ceilandense, que cresceu na cidade, chegou a deixar os estudos e o que mais gostava de fazer, música, para ajudar a mãe, Ercília, a sustentar os outros cinco irmãos, quando o pai saiu de casa.

Porém, combinou com a mãe que aos 18 anos voltaria a estudar e fazer o que gosta. E assim fez. Chegou a sair da cidade para morar em São Paulo em busca de uma carreira de sucesso. Conseguiu, mas decidiu voltar.

Na cidade, ele faz um trabalho de valorização, de fortalecimento da identidade local. ;Quero ser reconhecido como um cantor da Ceilândia, quero ser identificado por isso;, reforça. Na esteira da música, ele criou uma grife para que também seja valorizado o produto local, mais do que marcas e grifes ;que não têm nada a ver com o nosso dia a dia;.

Japão, que tem como irmão caçula o padre Nei Nelson (leia mais na página 6), está longe de defender apenas uma religião. Mas diz que o rap o salvou ;de uma vida fadada a não passar dos 18;. foi a música que o livrou ;das grades, do cemitério, do ódio;, resume.

[SAIBAMAIS]É essa mensagem que ele leva por onde anda, nas suas letras, em palestras que dá e até em participações em filmes, como Rap, o canto da Ceilândia, de Adirley Queirós.

Sobreviventes


A realização, o ideal de vida do rapper Buda, 35 anos, é tirar as crianças do mundo da droga. ;Quantas mais eu conseguir, mais eu me realizo;, diz o integrante do grupo Sobreviventes da Rua. Morador da cidade desde criança, o rapper comemora o lançamento do terceiro disco e diz que o rap ensinou 80% de tudo o que ele aprendeu na vida.

;É com essa música que aprendi a me posicionar, a abordar quem vive nas ruas, sem regras;, destaca. Ele reforça que está no lugar certo. ;Adoro minha cidade, é inexplicável esse sentimento e quero fazer sempre mais pelos jovens daqui;, completa o artista.

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