Brasilia 56 anos

"Hiperfotos" do francês Jean François Rauzier chegam ao Museu da República

Exposição em homenagem ao aniversário de Brasília tem imagens que fazem a arquitetura da cidade parecer ainda mais futurista

Fernando Jordão - Especial para o Correio
postado em 15/04/2016 16:12

Exposição em homenagem ao aniversário de Brasília tem imagens que fazem a arquitetura da cidade parecer ainda mais futurista

Brasília é permeada por formas geométricas. Desde o retângulo que delimita as fronteiras do Distrito Federal, até as pirâmides e esferas que dão à arquitetura da cidade um aspecto bem futurista. Na mostra ;Hiperfoto-Brasília;, o fotógrafo francês Jean François Rauzier eleva esse aspecto a uma outra dimensão. A exposição, que celebra os 56 anos da capital, pode ser conferida no Museu da República a partir da próxima quarta-feira (20).

Através da colagem de vários retratos ; combinada, algumas vezes, com processos de edição digital ;, o artista transforma paisagens conhecidas da cidade em cenas que parecem saídas de um filme de ficção científica. ;Hiperfotografar Brasília é um exercício de estilo, um processo delicado. Eu precisava, portanto, ir mais longe, antecipar, buscar a vanguarda, prestando homenagem assim ao espírito emblemático da cidade-obra de Oscar Niemeyer;, explica o fotógrafo. ;Rauzier fabrica em computador uma hipercolagem onde são reunidas, em cada uma de suas obras, um número considerável de imagens capturadas durante suas viagens, jogando assim com um casamento entre o macro e o micro, o virtual e o real, bem como o imaginário;, completa o curador da exposição, Marc Pottier.

Exposição em homenagem ao aniversário de Brasília tem imagens que fazem a arquitetura da cidade parecer ainda mais futurista

Na mostra, estão reunidas 30 obras, além de um gigantesco painel de 20 metros de comprimento. Nas imagens, o público vai reconhecer alguns monumentos, como o Teatro Nacional, o Catetinho e a Ponte JK. A técnica de produção das ;hiperfotografias; foi desenvolvida pelo próprio Rauzier, inspirado, sobretudo pelo cubismo e pelo surrealismo, movimentos que têm entre seus principais representantes os espanhóis Pablo Picasso e Salvador Dalí, respectivamente. As influências cubistas, aliás, se acentuaram depois que o artista conheceu as formas da capital federal. ;A obra de Rauzier sobre Brasília se torna totalmente cubista, ignorando qualquer floreio e jogando com as massas como ele nunca havia feito antes. Em Brasília, o belo se torna perigoso. A estética é privilegiada em detrimento da segurança, como é o caso da famosa escada helicoidal [em formato de hélice] do Palácio do Itamaraty;, comenta Pottier.

A exposição segue em cartaz até 5 de junho e pode ser conferida de terça-feira a domingo, das 9h às 18h30. A entrada é gratuita e a classificação indicativa é livre. Depois da passagem por Brasília, Rauzier segue para Salvador, onde vai produzir novas fotos que devem ser expostas no segundo semestre deste ano. São Paulo é outra capital brasileira que será retratada nas ;hiperfotos;. Os paulistas, porém, terão que esperar até 2017.

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