Eleições 2014

Analistas consideram a eleição de 2014 como a da imprevisibilidade

Período de campanha política foi marcado por tragédia e mudança de favoritismo

postado em 26/10/2014 05:22
Com viradas no primeiro e no segundo turnos, a campanha de 2014 chega ao fim depois de 113 dias. E analistas políticos são praticamente unânimes em afirmar: a jornada eleitoral deste ano ficará marcada pela imprevisibilidade. Da perspectiva de reeleição de Dilma Rousseff, ainda no primeiro turno, indicada pelas pesquisas durante a pré-campanha, à votação deste domingo, na qual a petista enfrenta Aécio Neves (PSDB), muita coisa mudou no cenário eleitoral, inclusive com uma tragédia no meio do caminho: a morte de Eduardo Campos (PSB).

[SAIBAMAIS]O país chegou à campanha depois de um ano recheado de manifestações por mudanças na política, em junho de 2013; após 12 anos de governo petista, com denúncias de corrupção se avolumando; e da não criação da Rede Sustentabilidade de Marina Silva, que levou a ambientalista a consolidar uma dobradinha com Campos. Depois de liderar as pesquisas, após a morte do aliado, a ambientalista terminou a campanha, mais uma vez, como fiel da balança na garantia de um segundo turno. A fase final do pleito foi marcada por repetidos ataques entre Dilma e Aécio, quase sempre empatados tecnicamente nas pesquisas. Com ânimos acirrados dos dois lados, temas como corrupção, gestão e programas sociais geraram atritos até mesmo quando as propostas dos candidatos coincidiam.

;A agressividade aumentou bastante no segundo turno, pela tentativa de evitar a derrota a qualquer custo. Isso é natural, principalmente em campanhas disputadas. Infelizmente, essa tem sido a característica da política brasileira: muitas acusações e pouca discussão de temas e propostas. Isso só funciona se os dois lados tiverem interesse no debate;, analisa o cientista político João Paulo Peixoto.

Para o professor da Universidade de Brasília, apesar de ficarem marcadas pelas mudanças constantes, as eleições deste ano dão continuidade à tradição política brasileira, marcada desde longa data por sustos e surpresas. ;A trajetória política brasileira é cheia de reviravoltas: suicídio de presidente, renúncias, intervenção militar, morte antes da posse, impeachment;, enumera Peixoto. ;Mas essa eleição, realmente, por causa das reviravoltas, tem um grau de imprevisibilidade muito grande;, acredita o professor.

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