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Com panorama diferente de 2002, Dilma descarta ajuste fiscal

postado em 25/08/2010 08:15

Para não desagradar o funcionalismo público, a candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, disse que dará aumento ;merecido; às categorias, mas evitou se comprometer com a política implementada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela aproveitou ainda para descartar a necessidade de se fazer um amplo ajuste fiscal na economia a partir do ano que vem.

Segundo ela, corte em investimento, redução da meta de inflação e proibição de aumento salarial são necessários em cenários de crise e o país passa por um momento de estabilidade. Dilma lembrou que a contenção econômica de 2003 foi necessária devido à turbulência de 2002, que elevou a taxa de juros, disparou a cotação do dólar e os preços subiram.

;O Brasil não tem nenhum cenário de crise que teve em 2002. Tem estabilidade econômica, tem taxa de inflação sob controle. Vou manter a dívida caindo, vou manter a inflação controlada. Para reduzir meta de inflação, não se faz isso num cenário internacional que a gente está, que ainda é de depressão;, disse a candidata petista, projetando época de abundância nos próximos quatro anos. ;Não concordo que o Brasil tenha de ser submetido a cada fim de governo a ajuste fiscal;, emendou.

Mesmo prometendo manter a economia no mesmo trilho do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma evitou dizer se vai manter a política de reajuste aos funcionários públicos. ;O reajuste do funcionalismo é o merecido. Não vou discutir se vai ser menor ou maior em relação a que, a quem ou a que categoria;, afirmou. A petista disse ainda que não pretende indicar técnicos aos cargos em seu eventual governo. ;Técnico puro é reminiscência do período ditatorial. Não pode nem ser o técnico frio nem político sem capacidade, competência e qualificação;, afirmou.

Apesar de ter mostrado o desempenho nas pesquisas de intenção de votos em seu programa eleitoral de ontem, a petista voltou a minimizar a importância dos levantamentos. ;Pesquisa não ganha eleição. Se ganhasse, seria outro mundo, não democrático;, disse. No horário eleitoral, o programa mostrou as tendências dos levantamentos de vitória em primeiro turno, mas não divulgou informações determinadas pela Justiça. A ministra do Tribunal Superior Eleitoral Nancy Andrighi determinou que o programa não seja mais veiculado.

Dilma participou ao lado de Lula de comício em Campo Grande, no início do giro pelo Centro-Oeste, região que havia sido abandonada pela campanha. O ato estava marcado para as 19h, mas começou quase três horas de atraso. Antes, eles se reuniram com prefeitos para mobilizá-los na campanha.

Colaborou Diego Abreu

Ouça trechos da entrevista com a candidata Dilma Rousseff

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