Ser Sustentável

Vidro que se recria

postado em 13/08/2014 17:25

A professora Suzana Dourado orienta a aluna Dagmar Silva Mendes

A proliferação de materiais descartáveis e a cultura do desperdício têm grande parcela de culpa no aumento de resíduos destinados para lixões a céu aberto. Para se ter uma ideia, são despejadas 30 bilhões de toneladas de lixo no planeta todos os anos e as perspectivas de diminuição desses valores são muito pequenas. Foi a partir da ideia de reaproveitamento que surgiu o trabalho com vidro do Projeto Reciclo.

A coordenadora, Maya Terra Figueiredo, explica que o projeto existe há seis anos, mas há pouco mais de um ano e meio as oficinas com vidro iniciaram as atividades e, desde então, já atenderam cerca de 40 pessoas. Além do patrocínio da Petrobras, que auxiliou no custeio de materiais e infraestrutura, o programa conta ainda com a parceria do Museu Vivo da Memória Candanga, que cedeu o espaço para a realização das atividades. O Reciclo também conta com trabalhos de reciclagem de papel e de materiais orgânicos e tem sede tanto no espaço do museu quanto no Varjão, cidade onde mora parte das famílias participantes.

A professora Suzana Dourado é quem coordena a produção e orienta os alunos durante as atividades. Formada em artes visuais e envolvida com trabalhos com vidro há mais de 15 anos, ela utiliza da experiência para transmitir todas as vantagens e os prazeres de lidar com um material tão pouco explorado. "Se você joga uma garrafa dessas em um lixão ou na própria natureza ele nunca vai se decompor. É por isso que trabalhos como esse são importantes para evitar que os problemas aumentem." Suzana ainda pontua que as garrafas utilizadas no projeto não foram recolhidas em latas de lixo, mas que são fruto de doações de restaurantes e de pessoas que conhecem o projeto.

"O foco do projeto é a produção de peças feitas de vidro, mas eu enxergo como principal função a de socializar todo mundo que participa das atividades". Um dos exemplos deste contexto de atividade social é o caso da Dagmar Silva Mendes. Aos 64 anos, Dagmar viu no projeto a solução para um problema: a fome. Ela conta que a família numerosa depende exclusivamente do seu dinheiro e que é complicado sustentar todos sozinha. "Eu conheci a Suzana um dia e ela me chamou para participar da oficina. Soube que a venda dos nossos trabalhos dariam lucro para cada um e foi aí que decidi vir na hora".

Serviço

Para participar do projeto basta se inscrever no site ou procurar a professora Suzana no Museu Vivo da Memória Candanga. A participação é gratuita e as aulas acontecem duas vezes por semana. No próximo sábado, 16 de agosto, começa uma turma nova do curso de gráfica na sede do Varjão. Para mais informações entre em contato pelos telefones (61) 3313-5110 / 3313-5138 ou pelo e-mail fundacao@fundacaopedrojorge.org.br

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