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Pesquisa ajuda jovens que saem do ensino médio a escolherem a carreira

Ipea mapeou salários e nível de ocupação e elaborou um sistema que permite projetar o crescimento em cada profissão

postado em 04/07/2013 14:23
Quem sai do ensino médio encara a tarefa de ter que escolher uma profissão. Para ajudar nesse processo, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou estudo com as perspectivas profissionais nos níveis técnico e superior. A partir dos dados, o jovem pode saber quais são as vantagens de cada área e que retorno pode esperar ao longo dos anos.

O curso de medicina foi considerado o mais vantajoso entre as carreiras universitárias, por oferecer o melhor salário ; R$ 8.459,45 mensais em média ; e ter a maior taxa de ocupação entre as 48 carreiras pesquisadas, de 97%. O segundo lugar do ranking ficou com a carreira de odontologia, seguida pela de serviços de transportes ; que inclui profissionais da aviação e de ciênciar aeronáutica, por exemplo ;, e

O levantamento levou em consideração os microdados do Censo de 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para elaborar o ranking, o Ipea levou em consideração quatro fatores. A média salarial mensal alta, além de maiores taxas de ocupação e de cobertura previdenciária foram considerados fatores positivos, ao passo que as carreiras que apresentaram maiores jornadas semanais perderam posições.

A partir desse cruzamento de dados, o instituto elaborou o sistema , em que o estudante pode simular o salário médio e a taxa de ocupação para cada fase da carreira escolhida. Os filtros disponíveis para pesquisa são: sexo, idade, curso de graduação, região (urbana ou rural) e unidade da federação.



Na apresentação da pesquisa, o presidente do Ipea, Marcelo Neri, destacou que os modelos apresentados permitem ao jovem vestibulando que vai optar por uma carreira no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ;vislumbrar, entre suas vocações profissionais, o desempenho médio de pessoas com características similares às suas no mercado de trabalho.;

Medicina é o curso mais vantajoso, mas exige muito esforço e tem uma das maiores jornadas. O doutor Takashi só entrou para o mercado após seis anos de formado: preparação rigorosaCarreira promissora
Não é à toa que a medicina entrou no ranking como a carreira mais vantajosa. Tornar-se médico exige muita dedicação e atualização constante. O oftalmologista Takashi Hida, 35 anos, formou-se no curso de medicina há 10 anos, mas foi apenas quatro anos atrás que ele entrou efetivamente para o mercado de trabalho. Após três anos de residência, com uma bolsa de R$ 1,2 mil, ele ainda precisou fazer uma prova de títulos, na qual 70% a 80% dos médicos reprovam. Takashi explica que quem não faz uma residência adequada ; que também é muito concorrida no país, com poucas vagas em todas as áreas de atuação ; não consegue passar.

E o caminho não para por aí. A cada cinco anos é preciso revalidar a titulação, participando continuamente de congressos e outros eventos na área de atuação escolhida. ;É preciso estar sempre estudando, ler livros praticamente toda semana. A tecnologia melhora e nós temos que acompanhar;, relata Takashi, que tem doutorado e é chefe do Departamento de Catarata do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB)



Escolha consciente
Para o especialista em coaching e gestão de pessoas Moisés Sznifer a lista de carreiras mais vantajosas hoje tem relação com o cenário econômico do país. Economias emergentes, como as do Brasil, China e Índia, têm como característica a aumento da renda, que culmina na demanda por serviços pessoais, aqueles prestados diretamente a pessoas ou empresas por profissionais autônomos. Entre nessa área profissionais como enfermeiros, terapeutas e dentistas.

[SAIBAMAIS]Ele lembra que as carreiras universitárias mais vantajosas são valorizadas pelo por apresentarem o maior nível de inovação. ;Nesses campos de conhecimento é onde a inovação está avançando mais rapidamente. Você tem mais gente trabalhando não só para produzir, mas para inventar;, afirma Sznifer, que é professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP).

Escolher a carreira mais vantojosa de acordo o próprio perfil, no entanto, não é o suficiente. Dentro de cada uma das carreiras existem possibilidades diversas o jovem precisa saber em qual delas se sairá melhor. Para isso, Moisés Sznifer sugere que ele o profissional conheça qual a sua forma de pensamento, se é convergente ou divergente.

Pessoas com pensamento divergente são mais inovadoras e criativas e sabem encontrar solução para os problemas. É um tipo de pensamento indutivo, capaz de desenvolver ideias únicas e originais. Alguns termos que definem esse profissional são intuitivo, visual, diferente, ambíguo, espontâneo, criativo, emocional e empresarial.

Do outro lado, estão as pessoas que têm pensamento convergente. Elas não são menos importantes dentro de suas respectivas carreiras, uma vez que completam o pensamento divergente por trazerem fatos e dados de várias fontes pata aplicar a eles a logica, conhecimento e razão com o objetivo de diagnosticar uma situação ou tomar uma decisão informada. Termos que descrevem esse tipo de pensamento são lógico, racional, metódico, analítico sistemático, estruturado, ordenado e concreto.

Confira as 10 carreiras universitárias mais vantajosas
Ipea mapeou salários e nível de ocupação e elaborou um sistema que permite projetar o crescimento em cada profissão

Empregos e salários
A pesquisa do Ipea também mapeou os ganhos salariais e a taxa de geração de empregos em ocupações de nível técnico e de nível superior no período de 2009 a 2012. Entre as de nível técnico, a área da ciência da saúde humana ; técnicos e auxiliares de enfermagem, técnicos em próteses ou em imobilizações ortopédicas, técnicos em odontologia, técnicos em óptica e em optometria e tecnólogos e técnicos em terapias complementares e estéticas ; foi a que mais expandiu as oportunidades de emprego.

Os técnicos em operação de câmara fotográfica, de cinema e de televisão tiveram aumento real de 51,1% nos salários, o maior entre as ocupações de nível técnico, seguidos pelos técnicos de inspeção, fiscalização e coordenação administrativa (41,6%) e os técnicos em laboratório (29,3%).

Nas formações de nível superior, a profissão de analista de tecnologia da informação foi a que registrou a maior expansão, responsável por 16,3% dos postos de trabalho. A segunda ocupação de nível superior que mais teve postos de trabalho criados foi a de enfermeiros e afins. De acordo com o Ipea, 9 a cada 100 contratações foi desse tipo de profissional.

Entre as ocupações com maiores ganhos salariais predominam aquelas típicas do setor público, além de médicos, algumas especializações de engenharia e arquitetura, pesquisadores em engenharia e em ciências da agricultura e algumas especializações de professores do ensino superior.

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