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Estudantes ocupam a reitoria da UnB

postado em 18/09/2013 16:00
Os alunos da assistência estudantil invadiram a sala do reitor, Ivan Camargo, por volta das 17h: luta por um espaço para o próprio Centro AcadêmicoOs estudantes do Centro de Assistência Social (Cassis) da Universidade de Brasília (UnB) ocuparam a reitoria da universidade ontem à tarde. Até o fechamento desta edição, por volta das 22h, os universitários continuavam no local, invadido depois de deixarem uma sala no Instituto Central de Ciências (ICC) Sul, tomada em 14 de agosto. A desocupação do ICC foi feita pela Polícia Federal, após notificação de reintegração de posse. Segundo o reitor da instituição, Ivan Camargo, a determinação do Conselho Universitário sobre a retirada do ICC valerá também para a expulsão dos alunos acampados na reitoria.

Os cerca de 50 estudantes são de baixa renda e de diversos cursos. O grupo reivindica, entre outras coisas, um Centro Acadêmico para o Cassis. A direção chegou a oferecer um espaço de 20 metros, provisório, como forma de negociação, mas foi recusado. Segundo os universitários, a área é pequena. Na lista de pedidos, aparece ainda a isonomia de direitos entre calouros e veteranos e o atendimento médico gratuito no Hospital Universitário de Brasília (HUB), suspenso, segundo eles.

O pedido de reintegração de posse foi ajuizado pela Advocacia-Geral da União, depois de notificação do procurador-geral, Vladimir Cantanhede. Há uma semana, um oficial de justiça foi à sala invadida no ICC para avisar sobre a decisão judicial e a necessidade de os alunos deixarem o local em 24 horas. Ontem, por volta das 15h, policiais federais tiraram o grupo da sala. No momento, cinco jovens estavam no espaço. ;Não foram agressivos nem violentos, mas não nos deram tempo de chamar os alunos que estavam em aula para retirar as coisas;, queixou-se Taís Albina, 27 anos, do curso de farmácia.

O coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Pedro Ivo Santana, afirmou que acompanhou todas as negociações entre reitoria e alunos. ;Avançamos quanto ao auxílio-moradia, que passaria de
R$ 530 para R$ 565, e na oferta de duas salas, uma no subsolo e outra no mezanino, sendo que, no próximo semestre, eles ganhariam uma no térreo, que é a reivindicação;, detalhou.

Os universitários tinham a intenção de passar a madrugada na reitoria. Apesar disso, Ivan Camargo acredita que a ordem judicial deve ser cumprida. ;Imagino que a reintegração não seja apenas de uma sala, mas da reitoria também. Fizemos o possível, com conversas e negociações, mas não houve entendimento. A única solução é em cima das determinações legais;, afirmou. Por volta das 21h, o grupo decidiu que ninguém sem relação com o Cassis poderia permanecer no local. Um dos estudantes fez ameaças à reportagem. Disse que apelaria à força caso a imprensa continuasse na reitoria.

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