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1889: do Império à República

Laurentino Gomes, ganhador do Prêmio Jabuti 2014, já escreveu livro para o público infantojuvenil

postado em 24/11/2014 12:53
 (Rita Bromberg/Editora Globo Livros/Reprodução)

Diferentemente do Dia da Independência, festejado em todo o território nacional em 7 de setembro, a Proclamação da República, comemorada no último sábado (15), é uma data quase esquecida pelo calendário brasileiro. Desfiles escolares e militares, nem pensar! Ainda assim, a data ; e tudo o que ela significa ; saiu dos livros clássicos de história e virou mote do livro 1889: como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil. A obra encerra a trilogia do escritor Laurentino Gomes, que ficou famoso depois de contar a história da fuga de uma rainha louca e de um príncipe medroso de Portugal ; que viriam parar pelas bandas de cá em 1808. Com o livro 1889, o autor ganhou o Prêmio Jabuti 2014, junto com a escritora Marina Colasanti (que foi tema de matéria da edição do Super! em 8 de novembro).

A história do Brasil que Laurentino reconta tem ares de ficção... Só que não se enganem, é tudo verdade. Laurentino também é jornalista e explica que a fórmula para conquistar os leitores veio daí. É a mistura dos recursos da antiga profissão com a literatura. Essa tal receita não tem nada de mágica: envolve um trabalho de pesquisa danado e muitos anos de estudo. É com ela que ele pretende continuar a escrever. O paranaense de Maringá ainda não decidiu qual será seu próximo livro, mas garante que é falando sobre história do Brasil que ele se sente em terreno seguro.

Autor premiado
Laurentino já colecionava quatro troféus Jabuti em casa quando recebeu o quinto, em outubro deste ano, por 1889 ; escolhido nesta semana também como livro do ano de não ficção. Foi eleito três vezes por melhor livro de reportagem e outras três por melhor livro de não ficção. Um feito com o qual ele nem sonhava quando começou a escrever, há oito anos e quase por acaso, 1808. Nesse tempo, os leitores mais novos também ganharam publicações adaptadas dos originais, em edições juvenis (com número de páginas menos assustador para quem ainda não está muito adaptado à leitura) ilustradas pela professora e ilustradora Rita Bromberg Brugger.

O Quinze de Novembro
Há exatamente 125 anos, na manhã de uma sexta-feira qualquer, um certo marechal saía de casa para proclamar a República brasileira. Você já deve ter ouvido falar dele por aí. O tal marechal, Deodoro da Fonseca, passou a emprestar seu nome para várias escolas, praças e ruas de todo o país. A data também ficou eternizada. O Quinze de Novembro de 1889 estabelece o fim do Império e a adoção de um novo modelo de governo.
Quem é quem


Marechal Deodoro da Fonseca
Personagem central do Quinze de Novembro, Manoel Deodoro da Fonseca era tido como herói nacional por conquistas em batalhas. Às vésperas de proclamar a República, o marechal sofria com crises de falta de ar e estava fraco que só ele. No dia do feito histórico que acabou com a monarquia do país, ele vestiu a farda, montou o cavalo mais manso da cavalaria e seguiu rumo ao ministério acompanhado de 600 homens armados! Leu uma lista de queixas ao antigo regime e declarou que, dali em diante, o país teria um novo governo.

Dom Pedro II
Do outro lado dessa história, Dom Pedro II, com seus 17 nomes (Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Habsburgo e Bragança) custava a acreditar no fim da monarquia e declarava:

; Conheço os brasileiros, isso não vai dar em nada.
O imperador assumiu a monarquia brasileira em 1840, quando ainda tinha 15 anos. Reinou por 49 anos, três meses e 22 dias e, em 1889, conservava a barba branca e ares de cansado. Quando percebeu que não havia nada a fazer para salvar o antigo governo, partiu para Portugal, praticamente às escondidas, em 17 de novembro.
1808

 (Editora Planeta Jovem/Divulgação)

Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma Corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. Edição juvenil ilustrada. Laurentino Gomes. Ilustrações Rita Bromberg Brugger. Editora Planeta Jovem, 146 páginas, R$ 29,90 (edição esgotada com nova tiragem prevista para janeiro de 2015.)

Para fugir dos ataques de Napoleão Bonaparte, a coroa portuguesa se mudou para o Brasil às pressas. A chegada de D. Maria de Portugal (a rainha louca) e do filho dela, D. João VI, (o tal príncipe medroso) transformou para sempre a história do país.

 (Editora Nova Fronteira/Divulgação)

1822
Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil ; um país que tinha tudo para dar errado. Edição juvenil ilustrada. Laurentino Gomes. Ilustrações Rita Bromberg Brugger. Editora Nova Fronteira, 232 páginas, R$ 29,90.

 (Editora Globo/Divulgação)

1889
Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil. Edição juvenil ilustrada. Laurentino Gomes. Ilustrações Rita Bromberg Brugger. Editora Globo, 240 páginas, R$ 36.

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