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Alba anuncia apoio a Evo Morales

Hugo Chávez apoia Morales e ataca movimentos separatistas e o referendo de 4 de maio

postado em 23/04/2008 17:02
CARACAS - Uma reunião da cúpula extraordinária da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) expressou nesta quarta-feira (23/04) seu apoio ao presidente da Bolívia, Evo Morales. A Alba também condenou o "separatismo" dos movimentos que lutam pela autonomia de províncias do país. Os membros da cúpula ainda ratificaram a posição de não reconhecer nenhuma ;figura jurídica; que pretenda se desprender do Estado nacional boliviano. "Decidimos divulgar para o mundo uma declaração de solidariedade e apoio à República da Bolívia, ao povo da Bolívia, ao companheiro Evo Morales", disse o presidente venezuelano Hugo Chávez, que convocou o encontro emergencial realizado no Palácio de Miraflores, em Caracas. Chávez convocou a reunião de emergência depois que o ditador cubano Fidel Castro, seu amigo e mentor ideológico, lançou na segunda-feira um alerta de que a América Latina está a ponto de presenciar outra tragédia na Bolívia. Também participaram da reunião o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e o próprio Morales. A República Dominicana se recusou a comparecer, alegando que a crise boliviana deve ser resolvida "sem ingerências externas de qualquer tipo". Crise na Bolívia Morales enfrentará no dia 4 de maio um referendo popular convocado por seis regiões, lideradas pelo próspero departamento de Santa Cruz. O referendo tenta aprovar seu estatuto de governo autônomo e chegou na madrugada desta quarta-feira a Caracas vindo da sede da ONU, em Nova York. "Não estou preocupado, estou contente, estaria preocupado se meus companheiros de base estivessem contra Evo Morales", declarou o presidente boliviano em seu discurso no fim da reunião que discutiu a crise política em seu país nas Nações Unidas. Morales disse que os grupos que lutam pela autonomia sempre foram inimigos do seu governo e dos movimentos sociais. O presidente boliviano e líder cocaleiro indígena agradeceu o grupo de países governados pela esquerda anti-Estados Unidos pela solidariedade demonstrada, referindo-se à Alba como um "movimento com muita clareza ideológica e programática para resolver nossos problemas". A iniciativa da Alba gerou protestos imediatos da oposição de direita da Bolívia. "É vergonhoso como o senhor Chávez chama nosso presidente como se fosse um funcionário subalterno dele, o presidente Morales, ao invés de dialogar com os bolivianos, vai receber instruções de Chávez", deplorou o presidente do Senado, Oscar Ortiz, dirigente da formação de direita Podemos, o maior partido de oposição. O líder do comitê civil da próspera Santa Cruz, o empresário Branko Marinkovic, um dos chefes da oposição boliviana, classificou de "ingerência" a declaração de Caracas e disse que os presidentes Chávez e Morales se esforçam para impedir o referendo de 4 de maio.

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