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O general por trás do massacre no Sudão

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postado em 14/07/2008 22:15
Omar Hasan Ahmad Al-Bashir, 64 anos, nasceu em uma pequena vila no nordeste do Sudão, maior país da África. Ele entrou para o Exército aos 26 anos e chegou ao posto de general. Em 1989, planejou um golpe de Estado apoiado pelos islamitas. No dia 30 de junho daquele ano, tirou o primeiro-ministro Sadiq Al-Mahdi do poder. Segundo Al-Bahir o golpe ;salvaria o país de partidos políticos quebrados;. O governo de Al-Bashir orientou o Sudão para um islamismo radical. Ele exerceu seu poder por meio de um Conselho de Comando da Revolução e de um governo formado por jovens oficiais. Em outubro de 1993, dissolveu o conselho e se autoproclamou presidente da República. Foi eleito pela primeira vez em 1996, com 75% dos votos, numa eleição amplamente criticada por conta da ausência de partidos. O presidente acolheu Osama bin Laden, líder da organização terrorista Al-Qaeda, durante cinco anos, mas teve de expulsá-lo por pressão dos Estados Unidos. Em 2000, foi reeleito. Três anos depois, tribos da região oeste do Sudão se revoltaram com o descaso do governo e Al-Bashir teve de pedir ajuda à milícia árabe janjaweed para reprimir os rebeldes. Pelo menos 300 mil pessoas morreram desde então e 2,5 milhões foram para campos de refugiados. Pressionado novamente pelos norte-americanos, Al-Bashir assinou um acordo de paz com os cristãos do sul em 2005, depois de anos de conflito. Mas ainda há tensão entre os dois lados. Em Darfur, o exército sudanês ainda respalda a milícia árabe no combate com os rebeldes. Depois da assinatura do acordo com os cristãos, o presidente tenta se distanciar do islã radical e se aproximar dos vizinhos, fazendo alianças na comunidade internacional. No entanto, se recusou até agora a enviar ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia (Holanda), responsáveis sudaneses por crimes de guerra em Darfur, dizendo que não permitiria jamais que um cidadão de seu país fosse julgado por uma corte estrangeira. Al-Bashir é acusado de genocídio e crimes de guerra depois de três anos de investigação no TPI. Em 2009, ele vai enfrentar sua terceira eleição com apenas 5% de popularidade entre os sudaneses.

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