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WWF diz que a humanidade precisará de dois planetas em 2030

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postado em 29/10/2008 08:02
PARIS - Ao ritmo de consumo atual, a humanidade, para satisfazer suas necessidades no início da década de 2030, vai precisar de dois planetas, alerta o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). A marca ecológica da humanidade, que avalia o consumo de recursos naturais, já superou em 30% as capacidades do planeta de se regenerar, destaca o WWF no relatório Planeta Vivo 2008. O informe explica que a pressão da humanidade sobre o planeta dobrou nos últimos 45 anos por dois motivos: crescimento demográfico e aumento do consumo individual. A superexploração está esgotando os ecossistemas e os desperdícios se acumulam no ar, na terra e na água. Como resultado, o desmatamento, a escassez de água, a redução da biodiversidade e a desordem climática, causadas pela emissão de gases que provocam o efeito estufa, "colocam cada vez mais em risco o bem-estar e o desenvolvimento de todas as nações", informa o WWF. O "Índice Planeta Vivo", um instrumento criado para medir a evolução da biodiversidade mundial e que envolve 1.686 espécies de vertebrados em todas as regiões do mundo, registrou queda de quase 30% nos últimos 35 anos. "Em vista da redução deste índice, parece cada vez mais improvável que alcancemos o objetivo, no entanto modesto, a que apontava a Convenção do Rio sobre a diversidade biológica: reduzir a erosão da biodiversidade mundial até 2010", destaca o WWF. Além da marca ecológica mundial e do Índice Planeta Vivo, o relatório apresenta um terceiro instrumento de medida, "a marca d'água", que avalia a pressão resultante do consumo sobre os recursos hídricos em escala nacional, regional e mundial. O grande problema é que a água é um recurso distribuído de forma muito desigual em todo o mundo. Desta maneira, 50 países enfrentam atualmente um 'estresse' hídrico moderado ou grave, segundo o WWF. Além disso, o número de pessoas que sofrem com a falta d'água, seja em todo o ano ou por temporadas, aumentará em conseqüência do aquecimento global, conclui o organismo de defesa da ecologia.

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