postado em 05/05/2009 11:52
PEQUIM - A China permitiu que mexicanos em quarentena voltassem para casa nesta terça-feira (05/05). A medida deve ajudar a conter os protestos diplomáticos gerados pela conduta de Pequim desde o surgimento da gripe suína. Por outro lado, novas divergências devem surgir com o Canadá, após a China barrar importações de porcos desse país e colocar um grupo de universitários canadenses em quarentena.
Um voo fretado pegou os mexicanos que eram mantidos isolados em cidades chinesas, entre elas Pequim e Xangai, desde o fim da semana passada, pelo temor do vírus A (H1N1). A doença, chamada até a semana passada de gripe suína, até ser rebatizada pela OMS, aparentemente começou no México ou no sudoeste dos Estados Unidos, mas se espalhou por vários países do mundo.
Como parte de um acordo para repatriar cidadãos ameaçados pelo problema, a China enviou um avião para recolher aproximadamente 100 cidadãos chineses presos no México, desde que Pequim suspendeu voos entre as duas nações, no fim de semana. A China, vulnerável à epidemia por causa de sua grande população e pela má infraestrutura do sistema de saúde, tenta agressivamente conter a nova gripe.
O México reclamou ontem na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas do que considera xenofobia de outros países na luta contra a doença. "Alguns Estados estão restringindo ou considerando restringir o fluxo de bens e pessoas do México, apesar de não existir nenhuma justificativa científica para isso", afirmou o subsecretário de Assuntos Multilaterais e Direitos Humanos do México, Juan Manuel Gómez Robledo, segundo o jornal "El Universal".
O Canadá também reclamou da ação chinesa, que deixou 22 universitários em quarentena, mesmo que eles não apresentassem sintomas de gripe, em uma cidade do nordeste chinês. Neste fim de semana, o ministro de Relações Exteriores canadense, Lawrence Cannon, visita a China. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Ma Zhaoxu, confirmou que os estudantes estavam com boa saúde, mas defendeu a ação. Segundo ele, o país prescreve nesses casos sete dias de observação médica.
Além disso, o Canadá ameaçou abrir um processo na Organização Mundial de Comércio (OMC), caso a China não retire a proibição de importar produtos suínos canadenses. Médicos dizem que a doença não pode se espalhar pelo consumo da carne, desde que seja preparada adequadamente. Dois cidadãos norte-americanos eram mantidos em quarentena por autoridades chinesas, e outros dois foram liberados da observação, informou a Embaixada norte-americana em Pequim. Os quatro apresentaram sintomas de gripe ao chegar na China por avião ou tiveram proximidade com alguém que pudesse estar com o problema, segundo a Embaixada.