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Irã propõe trocar urânio com Ocidente

Agência France-Presse
postado em 12/12/2009 19:00
O Irã está disposto a trocar com o Ocidente 400 quilos de seu urânio enriquecido a 3,5% contra o equivalente enriquecido a 20%, declarou neste sábado o ministro iraniano das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki. [SAIBAMAIS]"Estamos dispostos a pegar 400 quilos de nosso urânio enriquecido a 3,5% na ilha de Kish para trocá-lo com uma quantidade (de urânio enriquecido a 20%) equivalente a 20% desta entrega", declarou o ministro em Manama, citado pela televisão estatal em inglês Press-TV. Esta troca pode acontecer "imediatamente" após o Grupo "5 1" (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, mais a Alemanha) dar seu acordo, acrescentou Mottaki, que participava de um fórum sobre segurança no Golfo em Manama (Barein). O grupo "5 1" propôs em outubro ao Irã uma troca simultânea de 1.200 kg de urânio pouco enriquecido contra combustível enriquecido a 20%, que a República Islâmica afirma precisar para seu reator de pesquisa de Teerã. Washington reagiu à proposta iraniana afirmando que ela "não representa nada de novo", e que não permitirá à República Islâmica evitar sanções internacionais. "A proposta iraniana de hoje não parece ser consistente com o rascunho de acordo justo e equilibrado proposto pela AIEA (Agência Internacional para a Energia Atômica) após consultar Estados Unidos, Rússia e França", disse um alto funcionário americano, que pediu para não ser identificado. Mais cedo neste sábado, Mottaki afirmou que a imposição de novas sanções contra seu país não terá qualquer efeito. "Impor sanções ao Irã é ilegal e contrário às normas da ONU. Isso não teria nenhum efeito", declarou Mottaki à imprensa em Manama, à margem da conferência sobre a segurança no Golfo. Reunidos em Bruxelas, os dirigentes dos países da União Europeia (UE) reiteraram sexta-feira seu apoio a eventuais sanções do Conselho de Segurança se o Irã continuar sem cooperar sobre seu programa nuclear. A Casa Branca acrescentou posteriormente que os Estados Unidos compartilhavam as "graves preocupações" expressas pela UE, e reafirmou a ameaça de consequências que devem ser levadas a sério se Teerã persistir em não cooperar. As grandes potências estão preocupadas com o enriquecimento de urânio iraniano porque suspeitam que Teerã possa utilizá-lo para ter armas nucleares, o que a República Islâmica nega.

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