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Enterrado governador assassinado na Colômbia

Agência France-Presse
postado em 24/12/2009 19:51
BOGOTÁ - O governador da província de Caquetá (sul), Luis Francisco Cuéllar, sequestrado e degolado pelas Farc, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, foi enterrado nesta quinta-feira (24/12) em Bogotá, em meio à indignação generalizada. Coberto com as bandeiras da Colômbia e de seu departamento, o caixão foi levado ao cemitério Jardines del Recuerdo, zona norte da capital colombiana, às 16h, hora local (21h GMT), acompanhado pela tristeza dos presentes, em maioria familiares do político. "É o Natal mais amargo de minha vida", disse, entre soluços, Imelda Galindo, esposa do político asesinado. Procedente de Florencia, capital de Caquetá, onde recebeu uma despedida com flores e lenços brancos, o corpo recebeu, mais cedo, a homenagem do presidente Alvaro Uribe num aeroporto militar de Bogotá. Na Base Aérea de Catam, Uribe e o ministro da Defesa, Gabriel Silva, se reuniram com os parentes de Cuéllar por 30 minutos. Segundo Norma Victoria, filha do político, o presidente colombiano pediu desculpas à família pela morte de seu pai. "Ele sabe que era obrigação de seu governo protegê-lo com eficácia", disse. Uribe também se comprometeu, na Base, a reforçar a segurança dos 32 governadores do país. As Farc, que contam com entre 6 e 10 mil combatentes, são a guerrilha mais antiga da Colômbia, com 45 anos de luta armada. Cuéllar, que completaria 69 anos na terça-feira, foi sequestrado na noite de segunda-feira por um comando das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Depois de arrastá-lo ante a recusa do político de caminhar pela selva, os insurgentes o degolaram antes da meia-noite. O governador, eleito com o apoio do Movimento Social Indígena em outubro de 2007, já havia sido sequestrado quatro vezes antes de assumir como governador de Caquetá, uma região de forte presença das Farc. O sequestro e assassinato de Cuéllar foi o crime mais grave contra um político na Colômbia desde que o presidente Alvaro Uribe assumiu o poder em agosto de 2002, e provocou críticas à política de segurança de seu governo. O crime deixou em suspenso uma anunciada libertação de dois reféns da guerrilha.

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