Mundo

Análise da notícia: Poder sem poder

postado em 20/02/2010 10:47
Em tese, a posse da bomba atômica pressupõe a possibilidade de lançar mão de uma ferramenta poderosa de dissuasão. Em um mundo onde governos totalitários e teocráticos lutam por concessões do Ocidente e pelo poder regional, as armas nucleares ; também na teoria ; são uma ferramenta a mais para eles se fazerem ouvidos. A prática pode ser bem diferente. A simples menção ou ameaça de uso desse arsenal resultaria em consequências desastrosas para a economia do próprio país detentor.

Mesmo sem prova alguma da existência de armas nucleares no Irã, o mundo se alinha para impor sanções ao regime. Embargos financeiros quase sempre são um castigo à própria população civil. Em um país como o Irã, palco do crescente fervor oposicionista, isso seria um risco ao presidente Mahmud Ahmadinejad. Em uma nação como a Coreia do Norte, onde a população empobrece às custas das aspirações militares de um ditador excêntrico e ávido pelo luxo do Ocidente, isso representaria a morte de milhares de cidadãos.

[SAIBAMAIS]A Coreia do Norte assinou o Tratado de Não Proliferação (TNP) em 1985 e abandonou-o 18 anos depois. O Irã ratificou o documento, mas não cumpre com todas as suas obrigações e insiste em desafiar os organismos multilaterais. Tanto Pyongyang quanto Teerã sabem que utilizar a bomba atômica ou uma ogiva nuclear representaria suicídio. Talvez não apenas para si mesmos, mas para a região ou até para o mundo. Um ataque nuclear incidiria em uma onda de represálias capazes de lançar o planeta na Terceira Guerra Mundial. Um conflito provavelmente marcado por cogumelos de radiação e calor, capazes de arder por vários anos. (RC)

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação