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Bispos italianos declaram 'vergonha' por escândalos de pedofilia

postado em 22/03/2010 16:54
Os bispos italianos manifestaram nesta segunda-feira (22/3) "sua dor e vergonha" pelos escândalos de pedofilia que afetaram a Igreja Católica da Europa nas últimas semanas e expressaram sua solidariedade às vítimas.

"A pedofilia é algo aberrante e de uma gravidade moral ainda maior se for cometida por um sacerdote. Sentimos uma profunda dor e uma vergonha inapagável", declarou o cardeal Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) durante uma assembleia de bispos.

Em seu discurso, Bagnasco elogiou a atitude do papa Bento XVI frente aos escândalos: "não calou nem encobriu a verdade, ainda que ela fosse dolorosa e odiosa", disse.

"Isso não quer dizer que a Igreja está disposta a ser desacreditada de forma generalizada", advertiu.

As palavras do líder da Igreja italiana foram pronunciadas poucos dias depois de terem sido denunciados vários casos de pedofilia na Itália.

[SAIBAMAIS]Bento XVI expressou no sábado "vergonha e remorso" pelo ocorrido e se declarou profundamente consternado pelo sofrimento causado às vítimas em uma carta dirigida aos católicos da Irlanda depois das denúncias de centenas de casos de abusos sexuais nesse país durante décadas.

O cardeal Bagnasco afirmou que a Igreja italiana reforçou os mecanismos de formação dos candidatos ao sacerdócio, assim como a vigilância para prevenir "situações e fatos incompatíveis com a eleição de Deus".

Bagnasco lembrou que a pedofilia é um fenômeno "tragicamente presente" em diversos ambientes da sociedade e não apenas entre católicos, e convidou todas as pessoas a se questionarem "sobre uma cultura que considera positivos e sedutores comportamentos baseados em desejos individuais".

"Exasperar a sexualidade, o hedonismo e o relativismo sem limites causa muito dano", completou.

A carta do Papa aos irlandeses foi bem recebida pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, país em que o Papa nasceu e onde foram denunciados diversos casos, assim como pelo chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, que a qualificou nesta segunda-feira de "resposta extraordinária e eficaz".

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