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Oposição vence legislativas na Hungria

Agência France-Presse
postado em 11/04/2010 18:36
Budapeste - O partido conservador Fidesz, da oposição, obteve neste domingo uma convincente vitória no primeiro turno das eleições legislativas na Hungria, segundo resultados divulgados pelo Bureau Nacional Eleitoral após a apuração de 99% das urnas. [SAIBAMAIS]O partido de extrema direita Jobbik também recebeu uma boa votação e ficou com 16,71% de votos, entrando pela primeira vez no Parlamento húngaro, já como a terceira força política do país. Favorito nas pesquisas, o Fidesz, do carismático Viktor Orban, recebeu 52,77% dos votos. Os socialistas, com apenas 19,29%, sofrem uma dura derrota após oito anos no poder. O segundo turno das legislativas será disputado no dia 25 de abril. O índice de participação foi de 64,29%, ligeiramente inferior ao primeiro turno das eleições de 2006 (67,83%). Durante a campanha, Orban prometeu "voltar a pôr a economia húngara de pé", organizar o sistema de saúde e "garantir a segurança pública". Para alcançar esses objetivos, Orban quer diminuir os impostos e criar "um milhão de novos empregos em dez anos", num país que possui, apenas, dez milhões de habitantes. A Hungria, dirigida por socialistas desde 2002, salva da bancarrota em 2008 graças aos 20 bilhões de euros (26,58 bilhões de dólares) que lhe foram emprestados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (Bird) e a União Europeia (UE), foi obrigada a optar por uma política fiscal rigorosa. Aumento dos impostos, redução da ajuda do governo, cancelamento do décimo terceiro salário anual e cortes nas aposentadorias foram algumas medidas de uma política que os eleitores puniram, votando na direita e na ultradireita. O populista Jobbik prometeu 20 anos de prisão para a classe política que governou o país nos últimos 20 anos. Seu partido, qualificado às vezes de neofascista devido a afinidades com o movimento da Cruz Flechada - aliado dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial -, quer "obrigar os bancos a pagar impostos" e atuar para que as "multinacionais paguem mais" royalties para "devolver a Hungria aos húngaros".

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