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Perpétua para dois servo-bósnios

postado em 11/06/2010 09:20
Depois de três anos interrogando testemunhas e colhendo depoimentos chocantes, o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) condenou ontem à prisão sete oficiais de alta patente da polícia e do Exército servo-bósnios, por serem responsáveis pelas execuções no massacre de Srebrenica, em 1995. O coronel Ljubisa Beara, 70 anos e um dos braços direitos do ex-chefe das Forças Armadas, e o tentente-coronel Vujadin Popovic, 53, foram sentenciados à pena perpétua. Ambos respondem pelo crime de genocídio contra 8 mil muçulmanos. O ex-general Milan Gvero cumprirá cinco anos de prisão, enquanto o ex-tenente Drago Nikolic, acusado de ;cumplicidade com genocídio;, estará em liberdade apenas em 2045.

;Vujadin Popovic sabia da intenção não só de matar os que tinham caído nas mãos das forças servo-bósnias, mas também a maioria deles (dos homens muçulmanos), para destruir o grupo;, sentenciaram os juízes. Os magistrados alegaram que Beara foi ;peça-chave; nos assassinatos e que ;sabia de perto; quantos muçulmanos seriam executados.

Ljubomir Borovcanin e Vinko Pandurevic foram sentenciados, respectivamente, a 17 e 13 anos de cárcere por assassinato, perseguição e atos desumanos. No entanto, ambos foram absolvidos do crime de genocídio. Radivoje Miletic e Milan Gvero, os únicos dos sete oficiais que não foram acusados de genocídio, cumprirão as penas de 19 e cinco anos de prisão, respectivamente. Os juízes levaram em conta o fato de que Miletic tinha ;pleno conhecimento; do plano contra os muçulmanos em Srebrenica.

Histórico
O julgamento contra os sete altos cargos servo-bósnios foi o mais longo e incluiu o processo contra outros suspeitos de colaborar no massacre de Srebrenica. Os juízes constataram que o ataque a Srebrenica e a Zepa foram iniciados pelo ex-líder servo-bósnio Radovan Karadzic, que também está sendo julgado pelo TPII. Em 1995, os servo-bósnios executaram cerca de 8 mil homens muçulmanos em Srebrenica e exilaram o restante da população. Foi o pior caso de genocídio e de limpeza étnica nas guerras da ex-Iugoslávia.

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