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Colonos de Cisjordânia convocam um "Dia da Ira"

Agência France-Presse
postado em 01/03/2011 12:23
HAVAT GILAD - Colonos israelenses convocaram nesta terça-feira (1;/3) um "Dia da Ira" para esta semana com o objetivo de protestar contra a intervenção da polícia que demoliu instalações não autorizadas em uma colônia ao norte da Cisjordânia.

Colonos israelenses extremistas, furiosos depois de enfrentar a polícia na colônia de Havat Gilad, têm a intenção de organizar manifestações e bloqueios na quinta-feira em toda a Cisjordânia.

Pela manhã, esses extremistas lançaram represálias contra os palestinos em Hebron e Nablus, onde as forças de segurança israelense foram posicionadas.

Um grupo de colonos jogou pedras contra veículos palestinos que circulavam pelas imediações a colônia de Beit Haggai, perto de Hebron, segundo a mesma fonte.

Outros extremistas judeus destruíram a vitrine de um comerciante do bairro árabe de Hebron, segundo testemunhos. De acordo com a rádio pública, os parabrisas de vários veículos palestinos foram quebrados durante a madrugada por colonos judeus da cidade.

Um criança palestina de 6 anos ficou ferida quando um colono o atropelou com seu carro - aparentemente de forma acidental -, segundo a família da vítima.

Hebron é cenário de tensões permanentes entre palestinos e israelenses devido à presença de cerca de 600 colonos instalados no coração da cidade palestina, enquanto outros 6.500 vivem na implantação de Kyriat Arba, situada na periferia.

Indagados pela AFP, os colonos confirmaram que houve incidentes esporádicos na manhã desta terça-feira contra palestinos na Judeia-Samaria, como chamam a Cisjordânia.

Os colonos mais extremistas costumam praticar uma política de represálias - chamada de "o preço que é preciso pagar" - e que consiste em vingar-se dos palestinos cada vez que as autoridades israelenses adotam medidas consideradas hostis em relação à colonização.

O ministro de Defesa Ehud Barak condenou estes atos de violência, afirmando que seus autores representam apenas uma minoria.

"Acho que esses incidentes prejudicam o Estado de direito e, inclusive, o projeto de colonização da Judeia Samaria, que (esses manifestantes) não representam", afirmou Barak em uma visita a uma base militar.

Na segunda-feira, em Jerusalém, centenas de militantes de extrema-direita queimaram pneus e tentaram bloquear a circulação em uma das maiores artérias da cidade, em solidariedade com os colonos de Havat Gilad.

No total, 29 pessoas envolvidas nestas violências foram detidas, segundo o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.

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