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Direita derrota socialistas em Portugal. Sócrates deixa liderança do PS

Agência France-Presse
postado em 05/06/2011 18:43
Lisboa - O Partido Social Democrata (PSD, centro-direita) venceu as eleições legislativas realizadas neste domingo (5/6) em Portugal, derrotando os socialistas no poder e obtendo a maioria absoluta no Parlamento, segundo resultados parciais obtidos em 80% das zonas eleitorais.

O PSD, de Pedro Passos Coelho, que deverá suceder ao primeiro-ministro socialista José Socrates, recebeu 40,6% dos votos, contra 28,5% para o Partido Socialista.

Outro partido de direita, o CDS-PP, que já participou de várias coalizões com o PSD, obteve 10,9% dos votos, os Verdes/Comunistas (CDU) somaram 7,2%, e o Bloco de Esquerda (extrema esquerda), 4,5%.

A taxa de abstenção foi de 42,3% do eleitorado, superando o recorde de 2009, de 40,3%. Os resultados completos e definitivos sairão no dia 15 de junho, após a apuração dos votos no exterior.

José Socrates admitiu a derrota e anunciou sua renúncia como secretário-geral do Partido Socialista.

"Esta derrota eleitoral é minha e quero assumi-la totalmente esta noite. Chegou o momento de abrir um novo ciclo político no Partido Socialista", declarou Socrates em discurso em um hotel de Lisboa.

No poder desde 2005, Socrates, 53 anos, se filiou ao Partido Socialista em 1981. Eleito deputado aos 30 anos, foi várias vezes ministro antes de assumir a liderança do PS, em 2004.

O novo governo de centro-direita será responsável pela aplicação do rigoroso plano de resgate internacional destinado a acabar com a crise financeira no país.

Pedro Passos Coelho prometeu ir além das exigências da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), sobretudo em termos de privatizações, mas também nas reformas trabalhistas e dos serviços públicos.

A eleição envolveu a totalidade das 230 cadeiras do Parlamento, dissolvido no fim de março, após a renúncia de José Sócrates, que governava o país desde 2005.

Duas semanas depois, Sócrates se viu obrigado a pedir ajuda internacional, pois o Estado português não tinha mais condições de garantir seu financiamento em consequência do aumento das taxas de juros exigidas nos mercados.

Portugal, muito endividado (160 bilhões de euros no fim de 2010), encerrou 2010 em recessão, com um déficit público de 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma taxa de desemprego de 11%.

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