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Embaixador americano assassinado na Líbia apoiou a revolta contra Kadafi

Agência France-Presse
postado em 12/09/2012 12:19
Washigton - O embaixador americano Christopher Stevens, que morreu em um ataque na noite de terça-feira (11/9) no consulado dos Estados Unidos em Benghazi, havia apoiado a revolta na Líbia para derrubar Muamar Kadafi. Stevens morreu ao lado de três funcionários durante um ataque executado por islamitas que protestavam por um filme amador feito nos Estados Unidos e que, segundo eles, ofende o islã. Ele havia sido designado para este posto a menos de seis meses.

Stevens serviu como enviado ante os rebeldes líbios desde as primeiras semanas da revolta em fevereiro de 2011, durante a qual os aviões da Otan ajudaram os rebeldes a derrubar o regime de quatro décadas de Kadafi e colaboraram eventualmente em sua captura e morte. "Eu me emocionei ao ver o povo líbio levantar e reclamar seus direitos", afirmou o diplomata na abertura de um vídeo divulgado pelo Departamento de Estado pouco depois de ser designado como embaixador em maio de 2012. "Agora estou emocionado por voltar à Líbia e continuar com o grande trabalho que começamos, construindo uma sólida relação entre Estados Unidos e Líbia e ajudando o povo líbio a alcançar seus objetivos", completou.

Nesta quarta-feira (12/9), o presidente americano Barack Obama elogiou Stevens, a quem descreveu como "um corajoso e exemplar representante dos Estados Unidos", antes de afirmar que "serviu de maneira desinteressada seu país e o povo líbio". "Seu legado permanecerá em qualquer parte onde um ser humano lutar por liberdade e justiça. Estou profundamente agradecido por seus serviços a minha administração, e muito triste por sua perda", disse Obama.

[SAIBAMAIS] A secretária de Estado Hillary Clinton afirmou que, como foi revelado durante a revolta do ano passado, Stevens "arriscou a própria vida para dar uma mão ao povo líbio e ajudá-lo na fundação de uma nova e livre nação". "Passou cada dia ajudando a terminar o trabalho que havia começado", completou.



No vídeo divulgado quando foi designado embaixador, Stevens falava sobre sua infância e juventude na Califórnia, além da formação na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Ele descreveu como se apaixonou pelo Oriente Médio e África do Norte durante os dois anos de serviço nos Corpos de Paz, quando trabalhou como professor de inglês no Marrocos. Stevens entrou para o Departamento de Estado e trabalhou como funcionário do serviço exterior em Jerusalém, Damasco, Cairo e Riad.

O diplomata, que falava árabe e francês, serviu ainda na Líbia como diretor adjunto de missão entre 2007 e 2009, pouco depois de Washington retomar as relações com o regime de Kadafi. Não foi possível saber o motivo da presença de Stevens no consulado de Benghazi no momento do ataque, nem se os criminosos que lançaram os foguetes contra o edifício sabiam da presença dele no local. Durante o domínio de Kadafi, uma manifestação islamita como a da noite de terça-feira era inconcebível, mas a "livre, democrática e próspera Líbia" que Stevens ajudou a construir auxiliou a tornar isto possível.

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