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Japão decide fechar progressivamente usinas de produção de energia nuclear

Agência France-Presse
postado em 14/09/2012 19:56
Paris - O Japão, depois da Alemanha e da Suíça, se tornou o terceiro país a decidir pelo fechamento progressivo de todas as suas usinas de produção de energia nuclear desde a catástrofe de Fukushima, mas outros ainda confiam nesta fonte de energia e alguns querem, inclusive, construir seus primeiros reatores.

OS QUE QUEREM SAIR OU NÃO QUEREM CONTINUAR UTILIZANDO-A

O Japão se somou nesta sexta-feira (14/9) à Alemanha e Suíça, que tinham decidido no ano passado, depois da catástrofe nuclear que ocorreu no arquipélago japonês, abandonar progressivamente a energia atômica para geração de eletricidade.

A Itália, por sua vez, decidiu depois de Fukushima não relançar a indústria nuclear. Esta fonte de energia foi abandonada na península nos anos 1990. Em 2008, o governo da época reverteu a medida, mas em junho de 2011, a esmagadora maioria dos italianos se pronunciou em um referendo contra o retorno da energia nuclear.

A Bélgica confirmou, após Fukushima, uma lei adotada em 2003 prevendo o abandono progressivo da energia nuclear até 2025. Este ano o governo decidiu que o abandono será progressivo entre 2016 e 2025.

OS QUE QUEREM CONTINUAR

Vários países confirmaram a vontade de recorrer à energia nuclear por diferentes razões, mas principalmente pela necessidade de garantir o fornecimento de energia sem depender das fontes fósseis importadas ou porque veem nela uma forma inevitável de reduzir suas emissões de CO2.

Neste grupo estão incluídos França, Grã-Bretanha, Rússia, China, Índia e Estados Unidos, entre outros, embora muitos projetos americanos sejam ameaçados pela concorrência do gás xisto (obtido por fratura hidráulica), comercializados a preços muito vantajosos.

[SAIBAMAIS]Na América Latina, o Brasil retomou em 2010 as obras de construção de Angra III, depois de 24 anos de polêmica, e até 2020 não tem previsto novas usinas. A Argentina pôs em funcionamento em 2011 sua terceira usina atômica, a de Atucha II. Seu plano estratégico prevê a construção de uma nova central nuclear, a de Atucha III, e a ativação de um reator de baixa potência CAREM, desenhado e projetado pelos argentinos.

Em março deste ano, o México, terceiro país latino-americano com esta tecnologia, anunciou que analisava a possibilidade de criar duas centrais eletronucleares dentro das instalações onde está a única que opera atualmente no país (Laguna Verde, leste), que já conta com dois reatores.

Alguns desses países realizam programas muito importantes de construção de novas usinas nucleares, como é o caso da China, e também da Grã-Bretanha, que quer renovar todo o seu parque nuclear, ou da África do Sul, que só tem uma central construída nos anos 1970 (a única em uso no continente africano) e quer construir 6 novos reatores.


OS QUE QUEREM CONSTRUIR SEUS PRIMEIROS REATORES

Uma série de países quer atualmente desenvolver a energia nuclear, em particular os Estados do Golfo, que atualmente geram eletricidade a partir do petróleo ou do gás e tentam preservar seus recursos hidrocarboríferos.

Isso inclui países como Polônia, Turquia, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e também Arábia Saudita, sem falar do caso muito controverso do programa nuclear iraniano, reivindicado para fins pacíficos por Teerã, mas que as grandes potências suspeitam que encubra um programa com fins militares.

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