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François Hollande e Depardieu conversam por telefone sobre exílio do ator

Agência France-Presse
postado em 03/01/2013 19:13
Paris - François Hollande e Gérard Depardieu tiveram uma conversa por telefone na terça-feira (1;/1), na qual o ator afirmou ao presidente francês que está enojado com a maneira como são tratadas as pessoas bem sucedidas na França, justificando a decisão de se exilar, declarou nesta quinta-feira (3/1) um amigo do ator.

Procurada pela AFP, a Presidência francesa confirmou a conversa telefônica, que aconteceu na terça-feira, mas não quis comentar o que foi discutido entre o presidente Hollande e Depardieu.

"Eles conversaram tranquilamente", declarou Arnaud Frilley à rádio RTL, amigo e produtor das atividades russas de Depardieu. "Gérard disse que estava enojado, que a imprensa era terrível e que ele precisava se afastar", continuou.

"Vocês sabem que ele continua francês no coração dos franceses. Os cinéfilos o adoram. Ele virou um pouco o porta-voz de muitos que não ousam falar", disse Frilley.

[SAIBAMAIS]Respondendo a uma pergunta, o amigo de Depardieu afirmou que François Hollande parecia ter se sensibilizado durante a conversa, e que "Gérard Depardieu é um monumento da França". "Um presidente é sempre sensível, principalmente com pessoas populares, por questões políticas".

François Hollande "queria entender o motivo do exílio de Depardieu, se ele estava falando sério. As explicações dadas por Depardieu foram compreendidas", disse o amigo do ator.

"Não é no âmbito fiscal que ele está enojado, e sim no fato de que se cospe nos bem sucedidos, no sucesso, na iniciativa privada. Depois de um certo tempo, já não se tem mais paciência com isso", concluiu Frilley.



Depardieu iniciou uma grande polêmica sobre o imposto de 75% para as pessoas que possuem uma renda alta - proposta não aceita pelo Conselho Constitucional no sábado -, anunciando que iria morar na Bélgica.

Desde então, o ator botou seu hotel particular em Paris à venda e obteve nesta quinta-feira a nacionalidade russa, concedida pelo próprio presidente russo, Vladimir Putin.

Numa carta difundida na quinta-feira por uma emissora russa, o ator confirma ter pedido o passaporte do país e se diz muito feliz por ter recebido uma resposta positiva do governo russo.

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