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Equador defende ex-agente de inteligência e analisa pedido de asilo

Segundo o chanceler equatoriano Ricardo Patiño, o país espera que a Rússia tome uma decisão sobre Snowden de acordo com suas leis

Agência France-Presse
postado em 24/06/2013 11:27
Ricardo Patino  disse que o país estava - O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, defendeu nesta segunda-feira as ações de Edward Snowden, o ex-consultor de inteligência da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos acusado de espionagem por Washington, e afirmou que o país está examinando o pedido de asilo apresentado pelo americano.

"O denunciado persegue o denunciante. O homem que tenta levar luz e transparência a fatos que afetam todas as pessoas se vê perseguido por aqueles que deveriam dar explicações sobre as denúncias apresentadas", disse Patiño em uma entrevista no Vietnã, onde está para uma visita oficial.



Patiño defendeu Snowden, o analista de informação e ex-consultor da NSA e ex-funcionário da CIA, que revelou os programas secretos de vigilância sobre as comunicações do governo dos Estados Unidos. Após as acusações de "traição" de Washington contra Snowden, o ministro equatoriano afirmou que "deveria ser perguntado quem traiu quem? Por acaso alguns cidadãos não são leais a seus compatriotas e ao resto da humanidade por terem revelado riscos e perigos que envolvem todos?".

[SAIBAMAIS]No domingo, o Equador recebeu um pedido de asilo do americano, que está sendo analisado pelo governo de Rafael Correa, levando em consideração "a Constituição, a declaração universal dos direitos humanos e outros instrumentos no marco do direito internacional", destacou Patiño. Quito comunicou a decisão a Moscou, onde Snowden desembarcou no domingo, e segundo o chanceler equatoriano está esperando que a Rússia "tome a decisão que considerar mais conveniente segundo suas leis e normas internacionais" a respeito.

O ministro citou uma carta que Snowden enviou ao presidente Correa para apresentar os motivos do pedido de asilo. "Escrevo para solicitar asilo ao Equador ante o risco de perseguição por parte do governo dos Estados Unidos e seus agentes", escreveu Snowden. No texto ele também afirma que caso seja detido "é improvável que receba um julgamento justo ou um tratamento humano, correndo o risco de prisão perpétua ou (pena) de morte." Na carta, o americano compara sua situação com a do soldado Bradley Manning, acusado de ter repassado ao WikiLeaks quase 700.000 documentos militares e diplomáticos considerados secretos pelo governo dos Estados Unidos. O julgamento de Manning começou em 3 de junho.

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