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Coreias acertam reabertura de zona industrial conjunta

Problemas técnicos atrasaram no sábado o reinício das negociações

Agência France-Presse
postado em 07/07/2013 12:28
Seul - As duas Coreias chegaram neste domingo (7/7) a um acordo de princípio após 15 horas de negociações delicadas para reabrir o complexo industrial conjunto de Kaesong, fechado em abril devido a uma crescente tensão militar entre os dois países.

Os negociadores de ambas as partes, reunidos na localidade de Panmunjon, decidiram que as empresas presentes neste complexo financiado pela Coreia do Sul, mas situado na Coreia do Norte, retomem suas atividades quando estiverem prontas para fazê-lo, segundo o acordo assinado, informaram os meios de comunicação sul-coreanos.

As duas partes decidiram realizar uma nova reunião na quarta-feira em Kaesong para encontrar os meios para evitar outro futuro fechamento das instalações e acordaram uma inspeção prévia por parte dos empresários sul-coreanos.

A retomada das negociações ocorre depois de dois meses de fortes tensões entre os dois países, e de ameaças por parte de Pyongyang, cuja economia se viu enfraquecida após as sanções decretadas pelas Nações Unidas devido aos seus testes nucleares.

Pyongyang e Seul sempre afirmaram que queriam reabrir esta zona industrial conjunta, um complexo de alto significado simbólico sobre a cooperação transfronteiriça entre o Norte e o Sul. Os dois países se culparam mutuamente pelo fechamento.

Problemas técnicos atrasaram no sábado o reinício das negociações no povoado fronteiriço de Panmunjom, devido ao conserto de linhas telefônicas para restabelecer o contato com o Sul. Isso adiou em duas horas o início das negociações.

A Coreia do Norte, invocando tensões militares e a hostilidade do Sul, retirou em abril seus 53.000 funcionários das 123 fábricas deste centro industrial. O Sul depois fez o mesmo com seus diretores e funcionários do complexo.

O complexo industrial de Kaesong é produto da "diplomacia do raio de sol" realizada pela Coreia do Sul de 1998 a 2008 para estimular os contatos entre os dois irmãos inimigos.

Os dois países seguem tecnicamente em estado de guerra desde a guerra da Coreia, que terminou em armistício, mas sem um tratado de paz.

Nenhum dos dois países quis assumir a responsabilidade de declarar o complexo de Kaesong oficialmente fechado, e ambos se limitaram a reconhecer que se tratava de um fechamento temporário.

Após a assinatura do acordo, Suh Ho, responsável sul-coreano na reta final das negociações, disse que os negociadores norte-coreanos estavam "muito satisfeitos" pela reabertura do centro, uma importante fonte de receitas para o empobrecido Estado comunista.

A notícia do acordo foi recebida com satisfação pelas empresas sul-coreanas reunidas em Kaesong, embora algumas tenham afirmado que será difícil recuperar clientes após os três meses de suspensão das atividades do complexo.

No âmbito internacional, após a Coreia do Norte ter ameaçado Seul e Washington com ataques nucleares, nas últimas semanas sua posição se moderou e parece optar pelo diálogo, segundo os observadores.

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