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Risco de caos no Oriente Médio aumentou drasticamente, diz especialista

Estudiosos alertam que intervenção militar ocidental tem o potencial de aumentar as tensões sectárias no Iraque e no Líbano, reforçar o antiamericanismo entre os xiitas, isolar o Irã e levar a desastre humanitário

Rodrigo Craveiro
postado em 01/09/2013 08:00
Estudiosos alertam que intervenção militar ocidental tem o potencial de aumentar as tensões sectárias no Iraque e no Líbano, reforçar o antiamericanismo entre os xiitas, isolar o Irã e levar a desastre humanitário

A milícia xiita Hezbollah atravessou a fronteira sudoeste do Líbano para ajudar as forças do ditador Bashar Al-Assad a combaterem os rebeldes. A leste, militantes da rede terrorista Al-Qaeda vez ou outra invadem o território sírio, semeiam o caos e retornam ao Iraque para impulsionar a campanha de ódio contra os xiitas. Mais ao norte, as tropas do regime travam batalhas isoladas contra soldados do governo de Recep Tayyip Erdogan, enquanto a Turquia já recebeu 444 mil cidadãos refugiados do país vizinho ; 481 mil buscaram abrigo na Jordânia e 606 mil no Líbano. Antes mesmo de o primeiro míssil Tommahawk ser lançado pelos destróieres e pelos caças dos EUA contra o regime de Damasco, quase todo o Oriente Médio já está involuntariamente envolvido na guerra civil da Síria. Em entrevista ao Correio, analistas alertaram que, além de ser inócua, uma intervenção militar, a depender da duração e da intensidade, pode agravar a instabilidade regional.

Especialista do instituto The Atlantic Council of Canada, Alexander Corbeil admite que o risco de caos no Oriente Médio aumentou drasticamente nos últimos cinco meses. ;O regime de Damasco tem feito repetidos alertas de que buscará estender o conflito para além de suas fronteiras, no caso de uma ofensiva do Ocidente. Apoiada pelo aliado Irã, a Síria tem a capacidade de fazê-lo e buscará uma resposta assimétrica;, adverte. ;Se Al-Assad se sentir ameaçado, poderá acionar aliados sunitas e esquerdistas a fim de promoverem uma campanha de atentados para desestabilizar o Líbano;, exemplifica. No último dia 15, duas explosões de carros-bomba diante de mesquitas de Trípoli enviaram um sinal de que Damasco é capaz de usar sua rede de simpatizantes para ampliar as tensões sectárias.

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