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Ministro ucraniano nega que opositor Bulatov tenha sido torturado

"Aparentemente, a história do seu sequestro e das supostas torturas que sofreu não é correta, em absoluto", declarou Kojara

Agência France-Presse
postado em 01/02/2014 19:53
Kiev - O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Leonid Kojara, afirmou neste sábado que o opositor Dmytro Bulatov, operado após supostamente ter sido torturado durante uma semana, se encontra "em bom estado" e tem apenas "um arranhão no rosto". "Aparentemente, a história do seu sequestro e das supostas torturas que sofreu não é correta, em absoluto", declarou Kojara à emissora Al Jazeera.

[SAIBAMAIS]"A investigação continua. Fisicamente, o homem se encontra em bom estado, tem apenas um arranhão no rosto", acrescentou o ministro, entrevistado à margem da conferência sobre segurança, em Munique.

O advogado de Bulatov, Rouslan Radetski, declarou no sábado à AFP que seu cliente foi operado na sexta-feira e que está em "cuidados intensivos". A Alemanha propôs no sábado acolher o ativista para lhe dar cuidados médicos, segundo o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.

Steinmeier declarou à rede de televisão alemã que seu colega ucraniano, Leonid Kojara, havia dito a ele, em um encontro em Munique durante a Conferência sobre Segurança, que Bulatov "poderá deixar o país amanhã, se quiser".

Dmytro Boulatov, um ativista opositor de 35 anos, foi sequestrado em 22 de janeiro, em Kiev, antes de ser libertado uma semana depois, em meio a uma floresta, após ter sido torturado.

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Seu caso, assim como outros similares, no total de 33 desaparecidos entre os manifestantes da oposição, segundo a ONG SOS Euromaidan, teve forte repercussão na Europa e nos Estados Unidos. Entre os manifestantes supostamente sequestrados, um caso de morte foi registrado.

O próprio Bulatov afirmou na sexta-feira que "foi crucificado e sofreu cortes" com navalha ou faca. A Ucrânia é palco de fortes protestos há duas semanas, depois que o governo do presidente Viktor Yanukovich recusou-se a assinar um acordo de associação com a União Europeia, negociado durante meses, e optou, ao contrário, se aproximar da Rússia.

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