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Tunísia festeja nova Constituição três anos depois da revolução

A cerimônia é puramente simbólica, já que a Carta Magna foi adotada em 26 de janeiro e assinada pelos dirigentes tunisianos um dia depois

Agência France-Presse
postado em 07/02/2014 12:32
Tunes - A Tunísia celebra nesta sexta-feira (7/2) a adoção de uma nova Constituição, que reduz o papel do islã e introduz o princípio da paridade entre homens e mulheres nas assembleias, três anos depois da revolução e de meses de crise política. A cerimônia é puramente simbólica, já que a Carta Magna foi adotada em 26 de janeiro e assinada pelos dirigentes tunisianos um dia depois.

Presidente da França, François Hollande, discursa durante celebração da nova Constituição da Tunísia, na Assembleia Constituinte, em Tunes
A Tunísia, berço da Primavera Árabe por ter derrubado o presidente Zine El Abidine Ben Ali, acaba de sair de seis meses de paralisia institucional pelo assassinato em julho de um deputado da oposição, Mohamed Brahmi, um crime atribuído aos jihadistas. O presidente francês, François Hollande, foi o único chefe de Estado do Ocidente que viajou para o ato. Também estava presente o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy.

Hollande afirmou que a Constituição tunisiana pode "servir de exemplo para outros países" e ressaltou que o "islã é compatível com a democracia". "A Tunísia não é uma exceção, é um exemplo. Vocês encarnam a esperança no mundo árabe e além dele", declarou o presidente francês.



O novo primeiro-ministro tunisiano Mehdi Jomaa, que acaba de formar um governo apolítico, disse que "a alegria desta conquista não deve nos fazer esquecer da importância dos futuros desafios". "Nos comprometemos a completar o processo e a preparar eleições livres e transparentes. Foi um compromiso claro da minha parte e e de meu governo", completou, antes de prometer um esforço para restabelecer a confiança dos investidores.

A cerimônia aconteceu um dia depois dos atos de recordação do aniversário de um ano do assassinato do opositor Chokri Belaid, um crime que comoveu o país e evidenciou a ação dos grupos armados islamistas desde a revolução de janeiro de 2011. A Constituição, que cria um Executivo de duas cabeças, provocou a saída voluntária do governo dos islamitas de Ennahda, que abriram espaço para um gabinete de independentes dirigido por Mehdi Jomaa com o objetivo de celebrar eleições em 2014.

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