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"Ninguém tem feito mais" que a Igreja Católica contra a pedofilia, diz papa

Segundo o pontífice, "as estatísticas sobre o fenômeno da violência contra as crianças são impressionantes, mas também mostram com clareza que a grande maioria dos abusos ocorrem em um ambiente familiar e de vizinhança"

Agência France-Presse
postado em 05/03/2014 10:29
Durante audiência geral semanal na Praça de São Pedro no Vaticano, o papa Francisco defendeu o registro da Igreja Católica sobre a luta contra o abuso sexual de crianças por padres - "Ninguém tem feito mais" que a Igreja Católica na luta contra a pedofilia, que "talvez seja a única instituição pública que atua com transparência e responsabilidade", afirmou o papa Francisco em uma entrevista publicada nesta quarta-feira (5/3).

Questionado pelo jornal Corriere della Sera sobre o balanço de seu primeiro ano de pontificado, o papa argentino afirmou que "as estatísticas sobre o fenômeno da violência contra as crianças são impressionantes, mas também mostram com clareza que a grande maioria dos abusos ocorrem em um ambiente familiar e de vizinhança". "Os casos de abusos são tremendos porque deixam feridas muito profundas. Bento XVI foi muito corajosos e abriu um caminho. A Igreja, neste caminho, tem feito muito. Talvez mais que qualquer outro", disse.



"A Igreja Católica é talvez a única instituição pública que se movimenta com transparência e responsabilidade. Ninguém tem feito mais. E, no entanto, a Igreja é a a única atacada", insistiu. O Comitê de Direitos das Crianças das Nações Unidas divulgou no mês passado um relatório muito crítico sobre a atitude do Vaticano na lucha contra os abusos sexuais de menores de idade. O documento reprova a não obrigatoriedade das denúncias à justiça nas dioceses e o fato da igreja ter mantido em sigilo as investigações eclesiásticas.

O papa Francisco anunciou a criação de uma comissão de especialistas para a proteção das crianças em todas as instituições da Igreja. Milhares de crianças sofreram abusos sexuais por parte do clero em muitos países, em particular na Irlanda e Estados Unidos. Muitos casos aconteceram nas décadas compreendidas entre 1960 e 1990.

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