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Divulgadas novas conversas de ex-presidente Sarkozy com advogado

As escutas, feitas entre os dias 28 de janeiro e 11 de fevereiro, foram realizadas por ordem judicial em uma linha que o chefe de Estado conservador havia aberto com um nome falso

Agência France-Presse
postado em 19/03/2014 09:23
Paris - O site Mediapart divulgou na terça-feira (18/3) o conteúdo de sete conversas entre Nicolás Sarkozy e seu advogado, nas quais ele chama de bastardos os juízes que acusaram o ex-presidente francês pelo suposto financiamento ilegal de sua campanha em 2007. As escutas, feitas entre os dias 28 de janeiro e 11 de fevereiro, foram realizadas por ordem judicial em uma linha que o chefe de Estado conservador havia aberto com um nome falso porque sabia que seu telefone oficial estava grampeado.

Nicolas Sarkozy (D) e o advogado Thierry Herzog
As conversas se centram na ação da justiça francesa para que Sarkozy entregasse suas agendas por várias investigações, como a indenização milionária por parte de um tribunal privado de arbitragem ao empresário Bernard Tapie e as acusações de que sua campanha eleitoral de 2007 foi financiada com dinheiro do então líder líbio Muanmar Kadhafi. Uma das conversas levou à abertura de uma investigação judicial por violação do segredo de instrução e tráfico de influência, por apontar que o juiz Gilbert Azibert, do Tribunal de Cassação (que decidirá se Sarkozy deve entregar suas agendas), informou ao ex-presidente sobre como seu caso avançava.



Segundo a Mediapart, o advogado de Sarkozy, Thierry Hergoz, comemora em uma gravação de 29 de janeiro o trabalho de seu informante (Azibert) e mostra-se otimista e irônico ao considerar provável a anulação por parte do tribunal da ordem de entregar as agendas, "a menos que o direito acabe triunfando". Em outra conversa, de 30 de janeiro, o advogado explica que Gilbert teve acesso à opinião confidencial de um juiz do tribunal, que pede o cancelamento da entrega das agendas. "Isso dará trabalho a estes bastardos de Bordeaux", a cidade onde se localiza o tribunal que investiga o caso, acrescenta o advogado.

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