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EUA dizem que Israel e palestinos buscam estender prazo de negociações

"Os dois lados estão trabalhando neste momento em uma tentativa de adiar o prazo", explicou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki

Agência France-Presse
postado em 15/04/2014 19:40
Os negociadores israelenses e palestinos estão procurando uma maneira de estender o diálogo de paz para além da data final de 29 de abril, informou uma autoridade americana nesta terça-feira (15/4), rejeitando apelos para que eles sejam abandonados.

Uma nova rodada de conversas vai acontecer na quarta-feira, segundo a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki. Ainda não está claro se o mediador americano Martin Indyk vai participar.

[SAIBAMAIS]"Existe, naturalmente, uma gama de assuntos a serem discutidos. Alguns passos precisam ser dados por ambas as partes para melhorar as condições para a paz, mas eles estão engajados nesse sentido", acrescentou.

As negociações foram incentivadas pelos Estados Unidos e começaram em julho, depois de um hiato de três anos. Mas chegaram a um impasse recentemente, quando os dois lados tomaram atitudes consideradas "desnecessárias" por Washington.

Depois que Israel se negou a libertar um quarto e último grupo de prisioneiro, como havia sido estabelecido, os palestinos entraram com uma petição de adesão a 15 tratados e convenções internacionais. Os israelenses, por sua vez, retomaram a construção de 700 casas em Jerusalém Oriental, entre outras sanções, como retaliação.

"As duas partes nos disseram que querem que as negociações continuem, e que estão procurando por um caminho para isso", declarou Psaki.



A porta-voz rebateu um editorial do "The New York Times", chamado "No Oriente Médio, hora de ir adiante", publicado na segunda-feira, que argumentava que nenhum dos lados deu sinais de estar disposto a buscar seriamente um acordo.

"Chegou a hora do governo estabelecer os princípios que devem fortalecer a solução de dois Estados, se israelenses e palestinos algum dia decidirem chegar à paz", diz o texto.

"O presidente Obama e o secretário de Estado John Kerry deveriam seguir em frente e dar mais atenção aos outros desafios internacionais de grande importância, como a Ucrânia", afirmou o jornal.

Psaki disse ter lido o editorial, mas que não concorda com sua posição. "Nem os negociadores, nem os dois lados, nem o secretário", declarou.

"Os israelenses e os palestinos merecem uma solução que crie dois Estados, onde eles possam viver lado a lado e tenham as oportunidades econômicas e a segurança que merecem", acrescentou.

"E é por isso que as duas partes continuam comprometidas e estão trabalhando tão fortemente em estender as negociações", concluiu.

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