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Guias nepaleses anunciam fim da temporada de escalada do Everest

Treze sherpas morreram na sexta-feira em uma avalanche e os corpos de outros três permanecem sepultados sob a neve

Agência France-Presse
postado em 22/04/2014 09:54
Katmandu - Os guias nepaleses anunciaram nesta terça-feira (22/4) que decidiram abandonar o acampamento base do Monte Everest e acabar com a temporada, em homenagem aos colegas mortos na sexta-feira (18/4) em uma avalanche. "Nós tivemos uma longa reunião esta tarde e decidimos não escalar mais este ano em homenagem aos nossos irmãos. A decisão dos sherpas é unânime", disse Tulsi Gurung.

Vários alpinistas ocidentais abandonaram o acampamento base nesta terça-feira
Outro sherpa e um alpinista americano presente no acampamento base confirmaram a informação, quatro dias depois da morte de 13 guias em uma avalanche. "Alguns guias já foram embora e outros ficarão aqui durante aproximadamente uma semana, o tempo de empacotar tudo e partir", disse Gurung, que perdeu um irmão na tragédia.

Treze sherpas e os corpos de outros três permanecem sepultados sob a neve. Esta foi a tragédia com o maior número de mortes na história da maior montanha do planeta. "Dezesseis pessoas morreram nesta montanha no primeiro dia de subida. Como vamos escalar?", questionou o guia Pasang Sherpa.



[SAIBAMAIS]A decisão parece antecipar o fim das negociações entre os sherpas e o governo do Nepal. Os guias ameaçaram acabar com a temporada caso o governo não atendesse suas reivindicações até segunda-feira, em particular o aumento da ajuda financeira para as famílias das vítimas e o aumento da cobertura do seguro.

Vários alpinistas ocidentais abandonaram o acampamento base nesta terça-feira com destino a Katmandu, com o objetivo de tentar ajudar a resolver a crise. "Decidiram que a indenização não é o único tema. Eles acreditam que o Everest deveria ser fechado este ano em memória dos mortos", disse à AFP Ed Marzec, um alpinista americano que está no acampamento base.

Os sherpas ganham entre três e seis mil dólares por temporada, mas não têm uma boa cobertura de seguro. Mais de 300 pessoas, sobretudo sherpas, morreram na montanha desde a primeira escalada ao topo do mundo em 1953, pelo neozelandês Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay.

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