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Soldado que vazou WikiLeaks diz ser mulher e tem novo nome, Chelsea Manning

"Tenho sido frequentemente perguntado porque estou mudando de nome. A resposta é simples: porque é um nome que se adequa de forma muito melhor e mais honesta à mulher que eu sempre fui - uma mulher chamada Chelsea", diz soldado

Agência France-Presse
postado em 23/04/2014 19:32
Bradley Manning, soldado dos EUA condenado a 35 anos por vazar documentos secretos , disse que se considera uma mulher chamada Chelsea
Washington - O soldado norte-americano Bradley Manning, condenado a 35 anos de prisão pelo vazamento de documentos secretos ao site WikiLeaks, será legalmente reconhecido como Chelsea Manning - segundo decisão da justiça emitida nesta quarta-feira.

Manning cumpre sua pena na prisão de Fort Leavenworth, no estado norte-americano do Kansas, e deu entrada no pedido de mudança de nome depois que procedimentos da corte marcial revelaram o conflito de identidade sexual do soldado.

O juiz David King, do distrito de Leavenworth, garantiu o pedido de Manning "para mudar oficialmente seu nome de ;Bradley Edward Manning; para; Chelsea Elizabeth Manning;", disse comunicado divulgado pelos simpatizantes de Manning.

No mesmo documento, Manning comemorou o resultado. "Tenho sido frequentemente perguntado porque estou mudando de nome. A resposta é simples: porque é um nome que se adequa de forma muito melhor e mais honesta à mulher que eu sempre fui - uma mulher chamada Chelsea", disse Manning.



"Espero que a mudança de nome garantida hoje, tão importante para mim no âmbito pessoal, sirva também para mostrar que nós (transgêneros) existimos em todos os lugares da América de hoje, e os desafios que nós enfrentamos diariamente", afirmou.

Manning solicitou às autoridades tratamento médico, incluindo a terapia de reposição hormonal, para tratar seu transtorno de gênero. Mas as forças armadas já disseram que não dispõem do tratamento em sua rede clínica.

Manning foi detido enquanto servia como analista de inteligência júnior em uma base americana perto de Bagdá, depois de enviar 700.000 documentos secretos ao site WikiLeaks, dirigido por Julian Assange.

Condenado em agosto de 2013 a 35 anos de prisão, Manning entrou com um pedido de indulto - negado pela justiça marcial na semana passada.

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