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Israel bombardeia Gaza após formação de governo entre Hamas e Fatah

Rompidos há sete anos, o grupo islâmico Hamas e o Fatah anunciam a formação de um governo de unidade nacional dentro de cinco semanas e a realização de eleições em seis meses. Acordo é rechaçado por Israel, que bombardeia Gaza, onde milhares festejavam

postado em 24/04/2014 06:00
Palestinos celebram em Gaza o pacto de união: nações árabes, como o Egito e o Catar, saudaram a retomada das relações entre as duas forças políticas

A rivalidade entre a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e o Hamas, que por quase sete anos distanciou as autoridades da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, deve abrir espaço para um governo de unidade nacional. A iniciativa de aproximação foi anunciada ontem, em uma declaração conjunta à imprensa, na qual representantes de ambos os grupos se comprometeram com uma gestão única, liderada pelo presidente da OLP, Mahmoud Abbas. A expectativa é de que, nas próximas cinco semanas, sejam decididas as medidas necessárias para a implementação do pacto e, seis meses depois, sejam organizadas eleições nacionais para escolher o próximo líder palestino. A resposta de Israel à notícia foi imediata. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu destacou que Abbas ;escolheu o Hamas e não a paz; e que, enquanto milhares de pessoas festejavam o anúncio da união com bandeiras e gritos de ;unidade palestina;, uma ;operação de contraterrorismo; do Exército israelense deixou seis civis feridos na Faixa de Gaza.

Em um comunicado, Abu Mazen, como é apelidado Abbas, destacou que o acordo interno não deve interferir nos esforços de paz com o país vizinho e garantiu estar disposto a dar continuidade às conversas com Israel. ;Não há nenhuma contradição entre a unidade e as negociações. Nós estamos comprometidos em estabelecer uma paz justa, baseada na solução de dois Estados;, ressaltou. A porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, disse que Washington ficou ;confuso e desapontado;. Os americanos, que atuam como mediadores entre palestinos e israelenses, alertaram sobre a importância de um comprometimento com os diálogos. ;É difícil esperar que Israel possa negociar com um governo que não acredita em seu direito de existir;, disse Psaki. O Hamas, classificado por diversos países como um grupo terrorista, não reconhece a existência de um Estado israelense e rejeita negociações.

Em entrevista à agência de notícias France-Presse, o negociador-chefe palestino, Saeb Erakat, defendeu que ;não se pode conseguir a paz sem que haja uma reconciliação;. A pesquisadora do Grupo de Estudo Oriente Médio e Magreb (Geomm), Ana Paula Maielo, destaca que ;uma solução com Israel sem a participação do Hamas não teria legitimidade porque o grupo é um ator importante dentro da Palestina;. Maielo observa que, mesmo sem o acordo de aproximação, ;as chances de as negociações com Israel prosperarem eram muito pequenas;.

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