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Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre queda de avião da Malaysia Airlines

Avião com 298 pessoas a bordo teria sido abatido por míssil terra-ar, diz fonte no serviço de Inteligência dos EUA. Origem do disparo ainda é desconhecida

Estado de Minas
postado em 17/07/2014 22:10

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, atribuiu ao governo da Ucrânia a responsabilidade pela queda do avião da Malaysia Airlines, que matou 298 pessoas, nesta quinta-feira, na região de Donetsk. ;Sem dúvida, o Estado onde o acidente tem a responsabilidade pela horrível tragédia;, disse o líder do Kremlin em reunião realizada nessa noite em Moscou.

O presidente ucraniano também se manifestou sobre a queda do Boeing. Petro Poroshenko afirmou que o terrorismo atinge o mundo inteiro. ;A tragédia de hoje mostrou de novo que o terrorismo não é localizado, mas um problema mundial. E a agressão externa contra a Ucrânia não é só nosso problema, mas uma ameaça para a segurança europeia e a global;, disse.



Fonte no serviço de Inteligência dos EUA confirmou que o avião da Malaysia Airlines foi derrubado por míssil terra-ar, informou a AFP. No entanto, a autoridade americana, que não quis ser identificada, disse que ainda não é possível afirmar de onde partiu o disparo, se ele foi feito por separatistas pró-Moscou na Ucrânia, por tropas russas na fronteira ou por forças do governo ucraniano.

[SAIBAMAIS]Ambos os lados envolvidos no conflito político da Ucrânia negam ter disparado mísseis que possam ter abatido o avião. O presidente ucraniano afirmou que "as forças armadas não dispararam contra nenhum alvo aéreo". Representantes dos militantes separatistas também negaram participação na tragédia. Já o primeiro-ministro das forças pro-Rússia, Andrei Purgin, disse que o avião deve ter sido atingido por um míssil das forças armadas da Ucrânia, mas não ofereceu evidências das acusações.

O presidente americano, Barack Obama, ligou para os líderes da Ucrânia e da Malásia para falar sobre o ataque. Ele conversou com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e com o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, enquanto voava para Nova York no Air Force One, em meio à crise. Em um comunicado oficial, a Casa Branca informou que Obama ofereceu assistência para apoiar a investigação acerca do ocorrido.

Sobre as condições do voo, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, afirmou, em pronunciamento, que o Boeing 777 estava em área declarada segura para voo pela Organização Internacional de Aviação Civil. Razak informou também que a aeronave não deu nenhum aviso de segurança antes de entrar em território ucraniano. O primeiro-ministro disse ainda que seu governo ainda não pôde verificar "a causa desta tragédia", mas "deve e irá descobrir precisamente o que aconteceu".

Reunião na ONU

O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizará uma reunião de emergência nesta sexta-feira, para tratar da queda do avião. A reunião e emergência começará às dez da manhã em Nova York (11H00 Brasília), informou a presidência do Conselho, atualmente com Ruanda.

O voo MH17 da Malaysian Airlines decolou de Amsterdã com destino a Kuala Lumpur. Os controladores aéreos ucranianos perderam contato com a aeronave às 14h15 GMT (11h45 de Brasília), cerca de quatro horas depois da decolagem e a 50 quilômetros da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia.

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