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Guerrilha das FARC é acusada de provocar danos ambientais na Colômbia

O impacto ambiental teria sido causado vazamento de petróleo na fronteira com o Equador, onde integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia supostamente obrigaram motoristas de caminhões tanque a despejar sua carga no terreno

Agência France-Presse
postado em 25/07/2014 20:56
Bogotá - O chefe das negociações do governo da Colômbia nos diálogos de paz com a guerrilha das FARC, Humberto de la Calle, criticou nesta sexta-feira (25/7) várias ações atribuídas a este grupo que causaram "gravíssimos danos ambientais" no sudoeste do país.

"Das FARC o país espera que estejam à altura do momento histórico. Depois de anos de incredulidade e décadas de conflito, a Colômbia começou a falar de paz, a sonhar com a paz como um sonho possível", disse de la Calle, em declaração proferida no palácio de governo de Bogotá.

"Os colombianos esperam verdadeiros gestos neste sentido de parte das FARC. É mais que lamentável, é terrível ver o gravíssimo dano ambiental do Putumayo nos últimos dias", completou.

De la Calle se referiu assim ao impacto ambiental provocado pelo vazamento de petróleo no departamento (estado) de Putumayo (sudoeste), na fronteira com o Equador, onde integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, comunistas) supostamente obrigaram motoristas de caminhões tanque a despejar sua carga no terreno.

Segundo o Ministério Público, que anunciou na quarta-feira a descontaminação da região afetada, em 1; de julho passado supostos combatentes deste grupo guerrilheiro retiveram 27 caminhões que levavam petróleo "e seus motoristas foram obrigados a derramar 5.600 barris" em zonas verdes e cursos d;água.

Outras ações similares foram reportadas em Putumayo nos últimos dias.


As FARC realizam negociações de paz com o governo colombiano em Havana desde novembro de 2012, sem que uma trégua tenha sido acertada entre as partes.

Sobre o desenrolar das negociações, De la Calle disse que neste sábado uma delegação técnica do governo viajará a Cuba por "dois ou três dias" para continuar discutindo os três pontos pendentes na agenda: a reparação de vítimas, a deposição de armas e o método pelo qual serão referendados os acordos.

Inicialmente, o começo da reunião preparatória estava previsto para esta sexta-feira.

Um novo ciclo de diálogos, já com as delegações completas, começará no próximo 11 de agosto e a primeira comissão de vítimas que apresentarão na mesa seus casos e propostas de reparação será recebida em 16 de agosto, segundo o chefe das negociações.

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