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Presidente do Banco Mundial diz que epidemia de ebola está longe do fim

Ban Ki-moon, e o chefe da OMS expressaram a preocupação profunda de que a epidemia não tenha sido contida, apesar dos avanços

Agência France-Presse
postado em 21/11/2014 19:35
Washington - O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, alertou nesta sexta-feira que a epidemia de Ebola não está "perto do fim" depois de uma nova frente aberta contra a doença mortal no Mali. "O fim do jogo está distante", disse Kim em uma conferência sobre o ebola com líderes das Nações Unidas, da Organização Mundial da Saúde e do Fundo Monetário Internacional.

[SAIBAMAIS]"Nós precisamos zerar o número de casos. O Ebola não é uma doença que você possa deixar alguns casos e dizer que não fez o suficiente", acrescentou. Kim, o diretor das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o chefe da OMS expressaram a preocupação profunda de que a epidemia não tenha sido contida, apesar dos avanços na Libéria e na Guiné, dois dos três países onde as infecções se concentraram.

"O apoio internacional faz diferença. Mas também há evidências de que é muito preocupante, como o aumento do número de infecções em Serra Leoa e a disseminação da epidemia para o Mali", disse Kim. A epidemia atual de Ebola apareceu no começo deste ano e desde então matou quase 5.500 pessoas, segundo a OMS.

No Mali, sete pessoas morreram nas últimas semanas, a maioria ligada ao contato com um único imã, infectado da Guiné, que morreu em Bamaco em 27 de outubro.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, que esteve em uma cúpula em Washington, a Michel Sidibe, diretor executivo da ONUAids, deveriam partir com destino ao Mali na sexta-feira para ajudar a organizar os esforços de controle da doença.

"O vírus Ebola é um inimigo formidável", disse Chan. "Realmente precisamos nos mexer com velocidade e escala para ter uma política sem arrependimentos. Precisamos sufocar um pequeno incêndio, um pequeno sinal de fumaça antes que se perca o controle", prosseguiu.

Ela expressou confiança em que a epidemia possa ser controlada, acrescentando que "precisamos manter nossa vigilância... Nós precisamos continuar a fazer mais para chegar a zero".



No começo de outubro, líderes tinham manifestado a esperança de poder controlar a epidemia de Ebola no fim do ano. O Banco Mundial arrecadou US$ 1 bilhão para ser usado em ajuda às populações infectadas e apoio a funcionários de saúde locais e internacionais envolvidos na luta contra a doença.

O Fundo Monetário Internacional alocou US$ 430 milhões em ajuda financeira, concentrada em auxiliar os governos em um momento em que a atividade comercial, industrial e agrícola encolheu fortemente nos três países mais afetados. Ban disse nesta sexta-feira que agora espera controlar a epidemia no primeiro semestre de 2015.

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