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Reaproximação dos Estados Unidos e Cuba polariza democratas e republicanos

Barack Obama foi alvo de críticas entre os republicanos e de manifestações de apoio entre os democratas

postado em 17/12/2014 21:39
O anúncio da reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba hoje (17) repercutiu na área política do país e dividiu democratas e republicanos. Além disso, a imprensa americana dedicou-se a lembrar a importância histórica do anúncio. Em Washington, parlamentares criticaram ou saíram em defesa da reabertura do diálogo entre os dois países ; suspenso oficialmente há 53 anos.

Após o anúncio desta manhã, veículos de comunicação ouviram analistas e políticos. Barack Obama foi alvo de críticas entre os republicanos e de manifestações de apoio entre os democratas. Senadores republicanos se pronunciaram no Congresso contra a decisão, e disseram que o presidente ;legitima um governo que não respeita os direitos humanos;, ao referir-se ao governo dos Castro.

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O tom da rede Fox também foi crítico. A manchete da página dizia: ;Eles ganham;, e trazia a foto do líder da revolução cubana, Fidel Castro, e o atual presidente do país, Raul Castro. A reportagem destaca a reação imediata dos parlamentares republicanos contra a negociação entre os governos.

"A Casa Branca cedeu muito e ganhou pouco;, disse em entrevista ao vivo ao canal, o senador republicano Marco Rubio, da Flórida. Na avaliação dele, a reabertura do diálogo ; já costurado secretamente ; não impôs exigências ao governo Castro. ;Não há nenhum compromisso com a liberdade de imprensa, expressão ou eleições. Nem para a criação de partidos políticos;, disse.
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O futuro líder da Maioria (sob comando republicano) no Senado, Mitch McConnell, também criticou a negociação liderada por Obama, e assinou uma declaração conjunta com outros senadores do partido.

Do lado democrata, Obama recebeu apoio. "Hoje, abre-se um novo capítulo nas relações EUA-Cuba, que rejeita as políticas fracassadas do passado e abraça um novo futuro que melhor servir os interesses da América e melhorar a vida dos cubanos e de suas famílias", disse a senadora Barbara Boxer, da Califórnia.

Entre os políticos do partido do presidente americano, o discurso procurou referendar a defesa de Obama de que a abertura do diálogo é necessária porque o ;isolamento não funcionou; em 53 anos.

Entre os jornais mais lidos, o editorial do New York Times diz que ;o tempo provará que Barack Obama estava certo;, em retomar a conversa com Cuba. O jornal elogiou a postura do presidente e disse que a conversa ; ainda que o embargo não tenha sido suspenso ; já representa um marco na história dos dois países.

O Usa Today, um dos diários mais lidos no país, trouxe a manchete: ;Obama abre a porta para Cuba; e diz que ;qualquer americano conhece os momentos-chave da longa história de antagonismo entre os EUA e Cuba;.

Depois de falar em tom bem-humorado sobre esses momentos-chave, o jornal conclui a reportagem dizendo que ;o anúncio de Obama é um grande passo histórico. O Washington Post chamou o ;descongelamento das relações; ; termo técnico usado na diplomacia, como ;fim de uma era da guerra fria contra Cuba;.

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