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Diálogo formal entre Estados Unidos e Cuba deve começar no final de janeiro

As duas delegações decidiram elevar substancialmente o nível de diálogo de uma reunião que já estava prevista para janeiro e que se concentraria em temas migratórios

Agência France-Presse
postado em 18/12/2014 21:55
As negociações formais que devem levar a uma normalização plena das relações entre Estados Unidos e Cuba começarão em Havana até o final de janeiro de 2015 - disse à AFP, nesta quinta-feira, uma fonte de alto escalão do Departamento de Estado americano.

As duas delegações decidiram elevar substancialmente o nível de diálogo de uma reunião que já estava prevista para janeiro e que se concentraria em temas migratórios, informou a subsecretária de Estado para América Latina, Roberta Jacobson. "Pensamos que poderíamos elevar o nível e usar essas conversas migratórias como uma oportunidade para começar a falar sobre as outras coisas que estão na agenda, em vista dos anúncios da véspera", afirmou Roberta, na sede do Departamento de Estado, em Washington.

"As conversas migratórias haviam sido originalmente agendadas para a segunda semana de janeiro", completou a subsecretária, explicando que, em função de outros compromissos, o Departamento de Estado tentará "mover a data um pouco". "Estamos pensando para o fim de janeiro", acrescentou.

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A própria subsecretária vai chefiar a delegação que participará dessa mesa de diálogo, a primeira etapa de uma série de negociações para se chegar à completa normalização das relações diplomáticas bilaterais. "O processo é relativamente simples, realmente, de uma perspectiva legal", comentou. Segundo Roberta, porém, "requer que os dois países alcancem um acordo sobre o processo" e que "se ponha um ponto final a um acordo de 53 anos com o governo da Suíça como poder protetor" dos Escritórios de Representação de Interesses de ambos os envolvidos, em Washington e em Havana.

Roberta Jacobson disse ainda que teve uma reunião, nesta quinta, com representantes diplomáticos de todos os países latino-americanos, de países europeus e da Santa Sé, aos quais explicou detalhes das medidas anunciadas na véspera pelo presidente Barack Obama.

A subsecretária lembrou que, "de todas as medidas anunciadas pelo presidente, nenhuma entra em vigor imediatamente". "Todas elas ainda deverão ser implementadas", mediante modificações nas regulações em vigor nas respectivas áreas dos Departamentos de Estado, do Comércio e do Tesouro. Esse processo levará "semanas, não meses", até que, segundo ela, as mudanças sejam publicadas no "Federal Register" (o Diário Oficial americano).

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