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Acordo é possível, mas sem bomba nuclear, diz ministro britânico sobre Irã

Ministro britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, defende bomba atômica deve estar 'fora de alcance' de Teerã

Agência France-Presse
postado em 29/03/2015 18:16

Ministro britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, defende bomba atômica deve estar 'fora de alcance' de Teerã

Lausanne, Suíça - Um acordo com o Irã no tema nuclear é "possível", mas a bomba atômica deve estar "fora de alcance" de Teerã - defendeu o ministro britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, neste domingo, ao chegar para as negociações de Lausanne.

Último chefe de diplomacia das grandes potências a se juntar às discussões com os iranianos na Suíça, o ministro Hammond declarou "estar aqui, porque pensamos que um acordo pode ser obtido (...) mas deve ser um acordo que ponha a bomba (atômica) fora do alcance do Irã". "Não pode haver qualquer concessão sobre esse ponto", frisou.

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"Vamos tentar realizar isso nas próximas horas. O Irã deve tomar fôlego e tomar decisões difíceis para garantir que essas ;linhas vermelhas; sejam atendidas. Espero que tenhamos sucesso nas horas que se seguem", completou Hammond.

Neste domingo à noite (horário local), acontece uma cúpula com todos os protagonistas envolvidos nas negociações - os chefes da diplomacia do Irã e do grupo P5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha) -, além da União Europeia, no hotel Beau Rivage Palace, de Lausanne. Esse encontro será precedido por uma reunião iniciada logo após a chegada do ministro britânico.



Em declarações neste domingo, o número dois da delegação de Teerã, Abbas Araghchi, que também está na Suíça, reconheceu que um acordo é possível, mas destacou que ainda há questões a resolver. "Chegar a um acordo é possível. Encontramos soluções para várias questões. Trabalhamos ainda em duas, ou três questões, porém, e não encontramos soluções", admitiu Araghchi, em conversa com jornalistas. "As conversas estão em sua fase final e são muito complexas", justificou.

Declarando-se "otimista" apesar de tudo, Araghchi reiterou a necessidade de que todas as resoluções e sanções da ONU que pesam contra o Irã sejam retiradas. Os países envolvidos nas negociações estão dispostos a suspender as sanções, sem eliminá-las completamente e durante o tempo necessário para evitar que o Irã viole um possível acordo.

Araghchi disse ainda que o Irã não enviará sua reserva de urânio enriquecido para o exterior, mas propôs soluções para tranquilizar os membros do P5%2b1. "Não está em nosso programa e não temos a intenção de enviar nossas reservas de urânio enriquecido para o exterior, mas há outras soluções para criar a confiança sobre esses estoques, para acabar com as preocupações com qualquer uso que não seja pacífico", comentou. "Discutimos sobre isso e quase chegamos a uma solução. Mas está fora de questão enviar essas reservas para o exterior", garantiu Araghchi.

Desfazer-se das reservas de urânio enriquecido afastaria o Irã da possibilidade de construir uma bomba. Teerã sempre negou que seu programa nuclear tenha fins militares. Irã e os países do grupo 5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha) tentam, antes de terça-feira, chegar a um acordo global que autorize Teerã a exercer algumas atividades nucleares de caráter exclusivamente pacífico, em troca da suspensão das sanções internacionais. Desde a última quinta-feira, iranianos e americanos negociam em Lausanne. Os demais diplomatas chegaram no sábado à cidade suíça.

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