Rodrigo Craveiro
postado em 28/04/2015 11:20
Tudo o que os missionários paulistas Marcelo Bevilacqua, 47 anos, e Kelly Pineiro Bevilacqua, 42, mais desejam é retornar ao Brasil e garantir a segurança do filho, Pedro, um bebê de apenas 14 dias de vida. ;Eles me contaram que o terremoto de sábado foi assustador. Ambos passaram as últimas noites dentro do carro. Por onde olhavam havia muita destruição;, relatou ao Correio Renata Rubilar, irmã de Kelly.
Desde 2009, o casal trocou Mogi das Cruzes (SP) por Katmandu. Na capital nepalesa, trabalhavam para uma organização contra o tráfico sexual de crianças. Na manhã de ontem, Kelly publicou uma mensagem no Facebook: ;Dias muito difíceis, de muito terror. Muito difícil explicar tudo o que estamos vivendo. Precisamos agora comprar nossas passagens, precisamos de recursos do alto. (;) Orem pelo nosso Nepal. É muito triste. Difícil conter as lágrimas;. Até o fechamento desta edição, o Itamaraty havia localizado 113 dos 157 brasileiros no país, todos ilesos após o tremor de 7,8 graus na escala Richter. Uma equipe da Embaixada do Brasil em Nova Délhi se deslocou a Katmandu para reforçar a assistência aos concidadãos ; um centro de atendimento foi montado no aeroporto.
[SAIBAMAIS]Para uma família de brasileiros, o sofrimento e a incerteza deram lugar ao alívio. Natural de Juiz de Fora (MG), Daniel Faria Ribeiro, 31 anos, entrou em contato, na manhã de ontem, com o dono de um orfanato de Katmandu para o qual trabalha como voluntário. ;Ele disse que está bem, em um local no qual não pode se locomover;, afirmou à reportagem, por telefone, Júlio Ribeiro, pai de Daniel. O jovem estava desaparecido desde sábado, quando se dirigia de ônibus ao Himalaia. Segundo Júlio, do momento em que soube do terremoto até as 10h de ontem, ele permaneceu em um estado ;lastimável;. ;Foi um fim de semana terrível, de tensão e de incerteza.;
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